De olho no ciclo de queda de juros, a XP Investimentos acredita que o retorno esperado em 2024 será bastante atrativo na renda variável brasileira, beneficiando os fundos de ações. Para os analistas, os gestores de fundos possuem capacidade de entregar retornos acima do Ibovespa neste ano.
“A combinação de taxas de juros mais baixas tende a beneficiar as empresas dos setores que mais frequentemente estão presentes na carteira dos fundos de ações“, diz a XP.
Dessa forma, a corretora mantém uma visão construtiva sobre as ações brasileiras, acreditando em fluxos fortes em 2024 devido principalmente a esses fatores:
- valuation ainda bastante descontado em diversas métricas;
- continuidade dos fluxos estrangeiros, retorno dos investidores domésticos
- ciclo de flexibilização monetária a pleno vapor.
Além disso, o Brasil vem superando as expectativas de crescimento, com uma trajetória de políticas econômicas melhor do que esperado e um baixo risco geopolítico, apontam os analistas.
“Em termos de política monetária, a economia brasileira está bastante à frente dos seus pares globais, o que tende a favorecer o desempenho para os ativos de renda variáveis locais como as ações”, destaca a XP, que cita como principais riscos a dinâmica fiscal doméstica e macroeconomia global.
Sobre o momento adequado para investir, os analistas da XP acreditam que o mais importante é escolher de forma extremamente diligente os fundos de ações ou a composição da sua carteira. Dada a complexidade do mercado acionário, a melhor opção é selecionar os melhores gestores de fundos de ações, que possuem estratégia e disciplina para seguir seus mandatos de escolher ações de boas empresas com bons potenciais de ganho no longo prazo.
Fundos de ações que investem na economia americana foram destaque em 2023, diz XP
Segundo a XP, os fundos de ações internacionais seguiram a tendência das bolsas globais e encerraram 2023 com uma performance positiva no geral.
Em relação à performance por região, o destaque positivo ficou para os fundos de renda variável que investem em ações americanas, com uma variação de 33,02%, enquanto o destaque negativo ficou para os fundos que investem na Ásia encerrando com uma mediana de 15,52% – segundo os gestores, a performance das ações chinesas puxou essas estratégias para baixo, com incertezas políticas e regulatórias.
No Brasil, como resultado da retomada dos ativos de risco (em especial a partir do mês de outubro) , tanto os fundos de ações tanto Long Only, quanto Long Biased fecharam no positivo em 2023.
Por outro lado, os fundos Long Only fecharam ligeiramente abaixo do Ibovespa apresentando uma performance de 21,56%, contra um valor de 22,28% do índice, enquanto os fundos Long Biased apresentaram uma alta de 18,27% no ano.
Analistas da XP miram 150 mil pontos para o Ibovespa em 2024
A XP Investimentos avalia que as ações brasileiras continuam baratas e que o país está bem posicionado para, em 2024, atrair fluxo de investidores dentro dos mercados emergentes. No cenário mais otimista, os analistas miram o Ibovespa acima dos 150 mil pontos.
“O Brasil continua numa posição muito favorável nesse cenário de mercados emergentes. Além das chamadas Large Caps, as ações Small Caps estão muito descontadas”, afirmou Jennie Li, estrategista de ações da XP, durante live no YouTube da corretora.
Para Li, o Ibovespa abaixo das médias históricas é um mercado atrativo para investidores locais e estrangeiro. Além disso, o prêmio de risco e o dividend yield também estão acima de suas médias, enquanto o ROE (retorno sobre patrimônio) negocia acima da média dos últimos 15 anos.
A XP projeta que, caso os bancos centrais globais comecem a cortar juros, a pressão para manter a taxa Selic em níveis elevados recuará e, consequentemente, ajudará ativos de risco brasileiros.
De acordo com o time de estratégia da XP, o valor do Ibovespa foi ajustado para 142 mil pontos até o final de 2024. No cenário mais otimista, o Ibovespa poderia passar os 150 mil pontos, enquanto o pessimista prevê o valor justo em 105 mil pontos.
Em relação ao cenário externo, Paulo Gitz, estrategista global da XP, afirma que 2023 foi marcado pela resiliência, com um ano de muito pessimismo.
Um dos motivos para esse cenário estão o “caráter estimulativo” do elevado déficit fiscal do governo americano, o excesso de poupança acumulada pelas famílias, a capacidade das empresas em repassar preços e cortar custos, além da injeção de liquidez no sistema financeiro.
Para 2024, a perspectiva para os Estados Unidos é negativa. O analista afirma que muitas das razões que justificam as visões mais pessimistas deste ano deverão estar presentes em 2024, como a inflação. Neste contexto, a XP projeta um ano atrativo para os fundos de ações.
Notícias Relacionadas