O Fundo Verde zerou a sua posição comprada de dólar ante o real, segundo a carta de gestão mais recente da Verde Asset, gestora de Luis Stuhlberger.
Em um setembro marcado pelos anúncios de estímulos do governo chinês para reaquecer sua economia, a Verde Asset Management avalia que o impacto positivo esperado para os ativos de empresas exportadoras brasileiras será “marginal”.
Em sua carta mensal, o Fundo Verde, liderado por Luis Stuhlberger, aponta que as “dificuldades idiossincráticas” do Brasil, especialmente devido à incerteza fiscal, impedem uma resposta mais favorável dos ativos locais, que seguem “sem grande sinal de melhora”.
Diante desse cenário, o principal fundo da gestora mantém sua exposição à Bolsa brasileira zerada, embora tenha encerrado sua posição comprada em dólar frente ao real. O fundo aumentou sua “exposição global marginal”, principalmente por meio de opções de compra de ações chinesas, uma posição iniciada há alguns meses e ampliada recentemente.
A gestora acredita que o rali observado após os estímulos, que levou o índice de Xangai a subir quase 20% em poucos dias, deve “prosseguir por bastante tempo”.
Na renda fixa brasileira, o fundo segue com uma posição relevante em inflação implícita de longo prazo, enquanto o crédito privado high yield no Brasil continua sendo uma aposta mantida.
Em setembro, o Verde FIC FIM superou o CDI com folga, registrando 1,70% de ganhos, enquanto o índice de referência dos multimercados ficou em 0,83%. No acumulado do ano, no entanto, o fundo ainda está atrás, com 6,39% de retorno, em comparação aos 7,99% do CDI.
Os maiores ganhos do Fundo Verde no mês vieram da renda fixa americana, impulsionada pela valorização dos juros reais e da inflação. A valorização das ações chinesas também contribuiu positivamente para o portfólio global de ações, enquanto commodities como o petróleo impulsionaram os resultados do book de trading. As perdas foram registradas na posição de dólar contra o real, desfeita após a moeda norte-americana ter caído 3,32% no último mês.