Em nova carta aos cotistas, o Fundo Verde, mostrou um desempenho de 1,52% em março, representando mais de 180% do CDI do período.
Sobre o desempenho do Fundo Verde em março, a gestora destaca ganhos no livro de moedas, na exposição de ações tanto no Brasil quanto global, em posições de juros globais, no minério de ferro e nos livros de trading.
Do outro lado, as perdas se concentraram em posições de juros brasileiros, tanto reais quanto nominais.
“O preço mais importante do mundo – a taxa de juro americana – continua dominando as atenções do mercado de maneira quase absoluta, quando olhamos o primeiro trimestre do ano. Março continuou esta temática: a alta da curva de juros nos Estados Unidos colocando pressão em todas as outras curvas de juros do mundo (incluindo a brasileira) e impactando todos os preços de ativos”, diz a casa.
No entanto, a Verde Asset aponta que alguns componentes do cenário global têm mostrado mudanças marginais importantes – que complementam esse contexto de pressão de alta nas taxas de juros:
- O preço do petróleo acumula alta de 12% (barril de Brent) no ano, fruto das questões geopolíticas tanto na Ucrânia-Rússia quanto no Oriente Médio
- Vários indicadores de ciclo manufatureiro de curto prazo (notadamente os PMIs globais) mostram sinais de alguma aceleração, depois de dois anos de fraqueza
- As eleições americanas entraram no radar, com discussões relevantes sobre alta de tarifas e potenciais consequências na inflação
“De outro lado, avolumam-se as evidências de um choque de oferta bastante positivo impactando a economia americana, fruto do boom de imigração, somado (potencialmente) aos efeitos de investimentos em inteligência artificial. Apesar das inúmeras complexidades do cenário, temos mantido o portfólio alocado em ações e com posições aplicadas no juro real americano”, complementa a gestora de Luis Stuhlberger.
A Verde ainda destaca que o Brasil “como de praxe, mais uma vez atravessa a rua para escorregar na casca de banana que está na outra calçada”.
“São ruídos de toda sorte, interferência na gestão de estatais, conflitos entre poderes, agendas macro mal coordenadas. Ainda assim, a economia segue surpreendendo positivamente e com inflação bem controlada, enquanto os ativos ficam mais baratos”, diz a casa.
“Vemos uma assimetria interessante se formando na parte curta da curva de juros brasileira como combinação da dinâmica global e dos ruídos locais, e gradativamente temos aumentado risco ali”, conclui.
Posições do Fundo Verde
No documento, o multimercado mostra que manteve as posições em bolsa no Brasil e no exterior e além disso aumentou a parcela aplicada em prefixados curtos no mercado local.
No mercado global, seguiu aplicado no juro real americano, mantivemos a pequena alocação em petróleo e a posição vendida em minério de ferro maturou.
“A exposição em crédito high yield local e global permanece inalterada. Em moedas ainda temos posições compradas no Peso mexicano e na Rúpia indiana, financiadas por posições vendidas no Euro, no Franco suíço, no Renminbi chinês, e no Dólar de Taiwan”, completa o Fundo Verde.