Fundo Verde deve alocar capital fora do Brasil em meio às correções globais

Fundo Verde, da Verde Asset Management, estuda aumentar suas posições no mercado de ações americano após fazer movimentos de redução em posições do mercado de ações brasileiro.

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O Fundo Verde, gerido por Luis Stuhlberger, deve aumentar suas posições fora do Brasil em meio ao ‘caos econômico’ local. As bolsas dos EUA sofrem as maiores correções desde 1970, com o pior semestre das últimas décadas – o que também tem aumentado a pressão nos demais índices globais.

Desde o início do ano, o S&P soma uma baixa de 19,5%, ante 27,7% de retração na Nasdaq. “Com disciplina, é bastante provável que iremos alocar capital incremental, especialmente fora do Brasil, ao longo dos próximos meses”, consta na carta do Fundo Verde aos seus cotistas.

A correção vem em meio aos ajustes de juros do Federal Reserve (Fed) após os Estados Unidos acumularem uma inflação anualizada de mais de 8%, patamar recorde para os últimos 40 anos.

O Verde destaca que “o pêndulo entre crescimento e inflação continua oscilando com frequência cada vez maior”, e isso leva os mercados à volatilidade e incerteza.

Vale lembrar que, em evento ainda no fim de junho, Luiz Parreiras – um dos gestores da Verde Asset – afirmou que o fundo mantinha 18% em ações da bolsa local.

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Segundo a carta recente, a visão da gestão é que, apesar das projeções de recessão econômica global, “há ativos começando a chegar em preços bastante atrativos”.

Além disso, a carta da Verde cita o risco político à frente, com foco na PEC em discussão atualmente – que é apontada por analistas como um risco fiscal em potencial.

“A pressão por mais benefícios na ressuscitada PEC Kamikaze cobra um custo muito grande em prêmios de risco, para não falar nas conhecidas consequências de mais inflação com menos crescimento, historicamente impondo um custo desproporcional aos mais vulneráveis”, consta no documento.

“O real se desvalorizou de maneira importante, as taxas de juros se mantêm pressionadas, mas os políticos continuam numa espécie de metaverso brasiliense, onde o populismo é moeda corrente e a única coisa que importa é a eleição”, segue a carta.

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Fundo verde cai 1,8% em junho

No acumulado do mês de junho, o fundo multimercado Verde, gerido por Sthulberger, caiu 1,86%. No mesmo período o Ibovespa, principal índice da bolsa de valores brasileira, recuou 11,5%. Trata-se da maior retração mensal desde março de 2020.

Enquanto isso, o IHFA (Índice de Hedge Funds) caiu 0,39% em junho, segundo dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).

O índice, uma cesta de fundos, é “uma referência para a indústria de hedge funds”, segundo a entidade.

No acumulado do ano de 2022, o Fundo Verde subiu 7,59% ante 6,3% de baixa no Ibovespa.

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Eduardo Vargas

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