Um dos principais credores internacionais da Argentina, Autonomy Capital, alega que será necessário uma maior proteção contra o “abuso flagrante” dos termos da renegociação da dívida do país. A informação foi divulgada pelo jornal “Financial Times” nesta terça-feira (30).
Uma declaração como esta expõe a falta de confiança que os bondholders tem com a Argentina, dificultando as negociações decorrentes do nono incumprimento de dívida pública do país.
Robert Gibbins, fundador e diretor de investimentos da Autonomy Capital, um fundo de hedge que administra aproximadamente US$ 6 bilhões (cerca de R$ 32,77 bilhões) em ativos, criticou a abordagem do governo para a reestruturação de US$ 65 bilhões em dívida pública.
Em uma entrevista ao jornal britânico, Gibbins explicou que “temos vários problemas que mostram um abuso flagrante da arquitetura financeira internacional para fins específicos da Argentina”.
“Se eles querem uma oferta sustentável, o governo não deve ter problemas em concordar em utilizar acordos que podem ser menos abusados pela manipulação de má-fé da Argentina”, concluiu o diretor.
O país vizinho deixou de pagar oficialmente suas dívidas soberanas em maio, mas o governo e os detentores de títulos ainda estão em negociações para promover uma reestruturação da dívida, na tentativa de evitar o agravamento da situação econômica do país.
A Argentina entrou em um impasse na renegociação das dívidas
As negociações da reformulação da dívida Argentina entraram em um impasse em junho devido a crescente tensão entre funcionários do governo e credores internacionais. Os credores e a Argentina declararam que recusam os termos que estavam sendo negociados para a restruturação da dívida pública.
Saiba mais: Argentina alcança “um entendimento” com um dos grupos de credores
O governo argentino informou que não poderia “se comprometer de forma responsável” com os termos oferecidos pelos credores. Também acrescentou que alguns eram “amplamente inconsistentes com a estrutura de sustentabilidade da dívida para a Argentina restaurar a estabilidade macroeconômica e avançar em direção a um programa com o FMI“.