O empresário Ricardo Nunes, fundador do grupo varejista Ricardo Eletro, foi solto nesta quinta-feira (9) após ser preso na última quarta-feira (8) sob a acusação de sonegação fiscal.
A informação da liberação do empresário foi divulgada pelo seu defensor, o advogado Marcelo Leonardo. “Ricardo já foi posto em liberdade. Dever tributos lançados na contabilidade e declarados ao fisco, sem qualquer espécie de fraude, não é crime. O entendimento recente do STF não pode ser aplicado retroativamente”, informou o advogado do fundador da Ricardo Eletro.
Nunes tinha sido preso pela Polícia Civil na operação “Direto com o dono”, que investiga acusações de sonegação fiscal e lavagem de dinheiro na ordem de R$ 400 milhões, deflagrada pelo Ministério Público, a Secretaria de Estado de Fazenda de Minas Gerais.
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O fundador da varejista é acusado de ocultar recursos oriundos de atividades de sonegação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Segundo os promotores, entre 2012 e 2018 ele teria desviado o dinheiro em empresas e contas em nome da filha, do irmão e da mãe.
A soltura ocorreu após um pedido formal apresentado pela defesa após o depoimento do empresário. Nunes tinha sido preso no Centro de Remanejamento de Presos (Ceresp) na cidade de Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
A filha do empresário, Laura Nunes, e o superintendente da Ricardo Eletro, Pedro Daniel, também foram presos durante a operação. Entretanto, ambos foram liberados depois de prestar depoimento.
A Justiça, além de expedir os mandados de prisão, determinou o sequestro de bens imóveis de Ricardo, estimados em aproximadamente R$ 60 milhões, com o intuito de ressarcir danos causados ao estado de Minas Gerais.
De acordo com a força-tarefa, o crescimento patrimonial do principal sócio aconteceu na mesma época em que os crimes tributários foram exercidos, caracterizando lavagem de dinheiro.
Empresário afastado da gestão da Ricardo Eletro
Ricardo Nunes não participa diretamente da gestão da Ricardo Eletro desde 2015. Entretanto, ainda há suspeitas de que mesmo formalmente afastado, ele mantenha influência sobre as atividades da família.
Em 2019, a Ricardo Eletro apresentou seu pedido de recuperação judicial, em meio à falta de condições para arcar com suas dívidas, na ordem de R$ 3 bilhões. A varejista já fechou diversas lojas no Brasil e chegou a encerrar suas atividades no Mato Grosso.
Em nota de esclarecimento, a empresa disse que o ex-executivo e seus familiares “não fazem parte do quadro de acionistas nem mesmo da administração da companhia desde 2019, que hoje tem controle acionário diferente”.
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“Vale ainda esclarecer que a operação realizada hoje […], faz parte dos processos anteriores à gestão atual da companhia e dizem respeito a supostos atos praticados por Ricardo Nunes e seus familiares, não tendo ligação com a companhia”, disse a Ricardo Eletro.