BHP disponibilizará R$ 1,9 bilhão à Fundação Renova e Samarco
Em apoio financeiro adicional à Fundação Renova e à Samarco, a mineradora anglo-australiana BHP Billiton aceitou aportar US$ 515 milhões (o equivalente a cerca de R$ 1,9 bilhão). As informações estavam expressas em documento publicado ao mercado nesta segunda-feira (21).
A ONG Fundação Renova foi criada em 2016 após o colapso das barragens de rejeitos da mineradora Samarco, em 05 novembro de 2015.
O acontecimento ficou popularmente conhecido como “desastre de Mariana“, nome da cidade de Minas Gerais onde o rompimento das barragens ocorreu.
A mineradora Samarco é uma joint venture, ou seja, é uma empresa criada à partir da união da BHP com a Vale (VALE3).
A BHP informou que o subsídio se dividiria em:
- US$ 438 milhões seriam para financiar a Fundação Renova até 31 de dezembro deste ano;
- US$ 77 milhões disponibilizados à Samarco até junho.
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O desastre de Mariana
O desastre socioambiental de Mariana é considerado o maior do Brasil. O rompimento da Barragem do Fundão provocou a morte de 19 pessoas, além de deixar centenas de outros indivíduos desabrigados.
O Rio Doce foi poluído por consequência dos rejeitos dos 55 milhões de metros cúbicos de lama que a barragem segurava. Tal rio, com leito de 853 quilômetros (km), percorreu diversas cidades, até desaguar no mar do Espírito Santo.
No mar, a poluição atingiu um raio de 80 km. A população atingida, desde Mariana até o mar, soma 1,2 milhão em 39 municípios entre Minas Gerais e Espírito Santos. Mais de dois mil hectares de terras foram inundadas, e, consequentemente, inutilizáveis para plantio.
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Fundação Renova
No início de janeiro, a Fundação Renova recebeu críticas dos moradores locais pelo valor destinado às obras de restauração. Conforme o G1, no último dia 07, o orçamento da ONG era de R$ 4,1 bilhões.
A construção do centro de informações referentes ao desastre de Mariana, uma espécie de memorial, tornou-se um ponto polêmico.
De acordo com a Prefeitura de Mariana, foram gastos R$ 8 milhões na reforma e na compra de tudo o que está exposto no casarão. O imóvel é privado e tem aluguel de R$ 20 mil mensal, que a Fundação Renova se encarrega de pagar.
O que desagrada aos moradores e a Prefeitura é que a fundação quer incluir todas estas despesas como uma das medidas para compensar os prejuízos causados pelo rompimento da barragem.
O prefeito da cidade, Duarte Júnior (PPS), explicou ao G1 que no início a conversa não era esta. O centro entraria como uma ação reparatória, que não tem limite para gastar.
Assim, quando soube que a ONG planejava incluir os gastos como medidas compensatórias, Júnior chegou a oferecer dois prédios públicos para o funcionamento do centro de informações.
“Não teria que pagar nenhum aluguel. Deixaria um legado em favor da população de Mariana porque a população teria esta casa à disposição para as futuras gerações. Infelizmente, se gastou R$ 8 milhões para reformar a casa de um particular. É um absurdo”, disse ele.
A Fundação Renova tem dez anos para recuperar os estragos causados pelo rompimento da barragem da Samarco, joint venture controlada pela Vale e pela mineradora BHP.