Os funcionários do Banco do Brasil (BBAS3) informaram nesta quinta-feira (28) que decidiram, em assembleia virtual, decretar estado de greve em todo o País, a partir de amanhã (29).
A greve dos funcionários do Banco do Brasil, que deve durar 24 horas, é motivada pelas medidas de reestruturação anunciadas pelo banco estatal, que desativará 361 unidades físicas e fechará cerca de cinco mil vagas.
Além disso, o funcionários também se queixam da redução salarial de até 40%, e se opõem a privatização do banco.
Frente a isso, o presidente do Sindicato dos Bancários de Brasília, Kleytton Moarais, disse ao jornal Metrópoles que “a perspectiva é de revertermos essa desestruturação com fechamento de agências e demissão em massa, principalmente com a evolução da entrada em cena também de atores sociais e políticos em defesa do Banco do Brasil como instituição pública indissociável da vida dos brasileiros e do processo de desenvolvimento do nosso país”.
Já o presidente do sindicato dos bancários, Marcos Alvarenga, disse ao jornal Tribuna de Petrópolis que “os bancos públicos levam agências até as localizações mais distantes e precárias do País. Não vamos deixar que esse desgoverno faça desmonte no Banco do Brasil e prejudique milhares de famílias no Brasil”.
“O Banco do Brasil faz uma reestruturação que fecha mais de 360 agências, acaba com mais de cinco mil postos de trabalho para economizar R$ 350 milhões ao ano, sendo que lucra mais de R$ 1 bilhão por mês. Que lógica sem sentido é essa?!”, completa Alvarenga.
Banco do Brasil anuncia desativação de 361 unidades físicas
No dia 11 de janeiro o banco estatal apresentou um conjunto de medidas para o redimensionamento de sua estrutura organizacional. O fato relevante, dentre outras ações, anunciava que a instituição irá desativar 361 unidades físicas.
Segundo o comunicado do Banco do Brasil, serão desativadas 112 agências, 7 escritórios e 242 postos de atendimento. Além disso, 243 agências serão convertidas em postos de atendimento, enquanto oito postos de atendimento se tornarão agências. Segundo a direção da companhia, as mudanças irão proporcionar “ganhos de eficiência e otimização” em todo o País.
De acordo com a direção da estatal, a economia líquida anual estimada com despesas administrativas geradas pelas ações mencionadas é de R$ 353 milhões em 2021 e R$ 2,7 bilhões até 2025.
O fato relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) também diz que foram aprovadas duas modalidades de desligamento incentivado voluntário aos colaboradores, com data limite de adesão em 5 de fevereiro.
Segundo o comunicado, é esperado que aproximadamente cinco mil funcionários venham a aderir os programas. “O número final de adesões, assim como o respectivo impacto financeiro, serão informados ao mercado após o encerramento dos períodos de adesão”, comunicou o Banco do Brasil.
Bolsonaro não concordou com fechamento das agências
Além dos funcionários do banco, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) também não concordou com as medidas de fechamento de agências e com plano de restruturação, segundo a Secretaria de Imprensa da Presidência da República.
Em meio a esse cenário, Bolsonaro pediu para o ministro da Economia, Paulo Guedes a demissão de André Brandão, Presidente do Banco do Brasil.
No entanto, pouco depois, o mandatário mudou de ideia e decidiu manter o executivo no cargo, à pedidos de Guedes e do presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto.
Última cotação do BBAS3
Por volta das 17h30, a ação do Banco do Brasil (BBAS3) operava em alta de 2,74%, valendo R$ 34,51.