França dá sinal verde para acordo UE-Canadá, durante polêmica com Mercosul
Mesmo sob críticas de ambientalistas e agricultores do país, a França aceitou o acordo de livre comércio entre União Europeia e Canadá. O comunicado foi feito nesta quarta-feira (3).
O país está em um debate com países membros do Mercosul, desde a última sexta-feira (28). A polêmica gira em torno da França colocar entraves para ratificar o acordo entre os blocos.
Jean-Baptiste Lemoyne, secretário de Estado do Ministério das Relações Exteriores, assegurou a aprovação do acordo. “O conselho de ministros deliberou e aprovou o projeto”, relatou Lemoyne.
Segundo o secretário, o acordo comercial entre a União Europeia e o Canadá (Ceta), ficou no verde desde que começou a funcionar provisoriamente.
Lemoyne destacou o aumento das exportações. “Nossas exportações para o Canadá cresceram 6,6% entre 2017 e 2018”, afirmou.
Saiba mais: Bolsonaro quer Brasil como primeiro país a aprovar acordo Mercosul-UE
O tratado que ainda está funcionando provisoriamente deve ter a aprovação das 38 assembleias da Europa. Espanha e Reino Unido já aprovaram. Entretanto, Itália e Alemanha ainda não deram a permissão.
Setor rural da França contra Acordos
Desta vez, a polêmica se estendeu e o ex-ministro da Transição Ecológica da França, Nicolas Hulot, desabafou. “O Canadá é um dos piores alunos do G20. Assinar o Ceta significa consolá-lo, enquanto que não assiná-lo o encorajaria a fazer diferente”, relatou em entrevista ao Le Monde.
UE x Mercosul
Sibeth Ndiayeapós, porta-voz do governo francês, disse que a França não está preparada para autorizar o acordo de livre-comércio entre União Europeia (UE) e Mercosul. O anúncio foi feito nesta terça-feira (2).
O governo francês tem medo dos efeitos que o acordo pode levar ao seu significativo setor agrícola. Sendo assim, o setor poderia ser afetado pela ampla entrada de produtos sul-americanos no mercado.
No dia 29 de junho, a chefe do sindicato dos agricultores da França disse em uma rede social o acordo com o Mercosul não poderia ser executado. “É inaceitável a assinatura de um acordo UE-Mercosul que estabelece concorrência desleal aos agricultores europeus e uma farsa total aos consumidores”, afirmou Christiane Lambert.