O Parlamento francês aprovou na última quinta-feira (11) um novo imposto sobre empresas de tecnologia. Com isso, as companhias do setor deverão pagar uma taxa de 3% sobre a receita de serviços digitais. Entretanto, o tributo será aplicado àquelas empresas que apresentarem uma receita maior que 25 milhões de euros na França, e 750 milhões de euros em todo o mundo.
O imposto deve entrar em vigor em breve e terá um efeito retroativo, ou seja, serão cobrados os valores desde o início deste ano. A medida do legislativo francês pode impulsionar o conflito do país com os EUA, que já ameaçaram abrir uma investigação comercial sobre a decisão. Isso porque, de acordo com o governo norte-americano, a nova tributação pode ser entendida como uma forma de “discriminação” contra empresas dos Estados Unidos.
A decisão francesa atinge diretamente companhias como a Amazon e o Google. Além disso, o tributo foi o primeiro aprovado pelo senado da França, e uma série de outras tarifas estão sendo propostas para o setor de serviços digitais no país.
França x EUA: disputa digital
O conflito comercial entre as duas nações ocorre em um momento em que ambos buscavam um acordo sobre como reformular o sistema tributário para empresas na era digital.
O embate se dá principalmente porque países europeus, incluindo a França, têm a intenção de que seja adotado um sistema em que os lucros do setor de tecnologia sejam melhor divididos a partir dos impostos. Em contrapartida, os Estados Unidos querem evitar as tarifas sobre as empresas digitais, uma vez que as grandes companhias são, em sua maioria, americanas.
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Apesar da disputa, a França já anunciou que pode retirar a nova tarifa aprovada caso a Europa e os norte-americanos cheguem a um acordo sobre a questão na Organização Para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE). Sendo assim, a medida tomada pelo governo francês pode ser entendida como uma “pressão” sobre os Estados Unidos.
Já as empresas de tecnologia, se posicionaram contra a decisão do país europeu e elogiaram o governo de Trump. A Amazon parabenizou a gestão do magnata por “tomar uma ação decisiva contra a França e por sinalizar a todos os parceiros comerciais dos EUA que o governo americano não vai se submeter a políticas tributárias e comerciais que discriminem as empresas americanas”.
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