O discurso proferido pelo presidente Jair Bolsonaro nesta terça (22) em Davos não repercutiu bem mundo afora, de uma maneira geral.
Jair Bolsonaro abriu o Fórum Econômico Mundial, evento anual que reúne líderes políticos e investidores do mundo todo. O discurso chamou a atenção pela brevidade. Foram apenas seis minutos de fala, dos 45 minutos a que tinha direito.
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Brian Winter, diretor do Council of Americas e editor-chefe da Americas Quarterly, a principal publicação sobre política, negócios e cultura nas Américas, referiu-se ao discurso de Bolsonaro como “constrangimento total”.
“O discurso de Bolsonaro em Davos foi MUITO mais curto do que o esperado, não mencionou a reforma da Previdência, e não deu maiores detalhes quando questionado na entrevista”, disse Winter em seu Twitter. O americano também disse que um amigo lhe escreveu que “nunca havia presenciado algo assim com outro presidente” em Davos, “realmente bizarro”.
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O economista Robert Shiller, vencedor do Nobel de Economia em 2013, afirmou que “Bolsonaro me dá medo”, ao sair da sessão plenária em que o presidente brasileiro discursou. “O Brasil é um grande país e merece alguém melhor”, comentou. A informação foi dada pelo jornal Valor Econômico.
O jornalista Guga Chacra, que cobre política internacional para o jornal O Globo e comenta o noticiário na Globo News, escreveu que o discurso de Bolsonaro foi “uma decepção”. “Curto e sem profundidade. Repercutiu mal entre integrantes do fórum econômico. Não deve ter convencido ninguém a ficar com uma imagem mais positiva do Brasil”, disse Chacra.
As ações na bolsa caíram logo após o discurso de Bolsonaro, que começou às 12h30 (horário de Brasília). Às 12h44, o Ibovespa registrava 96.069 pontos. Pouco mais de meia hora depois, às 13h18, marcava 94.986 pontos. Para Roberto Secemski, economista da Barclays para o Brasil ouvido pela Infomoney, o discurso não teve grandes novidades e também não afetou o mercado, “uma vez que não incluiu termos novos do governo sobre planos para a economia”.
Confira outras reações ao discurso de Bolsonaro em Davos
- Luis Trabuco, presidente do conselho do Bradesco, ouvido pelo Valor Econômico: “[o discurso] teve sentimento de propósito e de determinação”;
- André Esteves, do BTG, ouvido pelo Valor Econômico: “[a fala foi] construtiva e ponderada, o que é importante para o Brasil neste momento”;
- Heather Long, jornalista econômica do Washington Post, no Twitter: “O presidente do Brasil Jair Bolsonaro discursou por menos de 15 minutos. Grande fiasco. Ele tinha o mundo todo assistindo e sua melhor linha foi pedir às pessoas que fossem passar férias no Brasil. Bolsonaro é conhecido como ‘Trump da América do Sul’, mas ele pareceu sem graça”;
- Zeina Latif, economista-chefe da XP Investimentos: “Achei neutro. Só foi falar de Previdência na sessão de perguntas e respostas. Não deu ênfase à agenda econômica”.
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