O Fundo Monetário Internacional (FMI) anunciou, na madrugada desta quarta-feira (18), que recusou o pedido da Venezuela para colaborar com o combate ao coronavírus (Covid-19). O ditador Nicolás Maduro havia solicitado o aporte de US$ 5,5 bilhões (R$ 27,94 bilhões) para fortalecer o sistema de saúde do país.
Um porta-voz da instituição internacional afirmou que o pedido não foi atendido pois não existe consenso entre os 189 países que integram o FMI sobre a legitimidade do mandato de Maduro. Os Estados Unidos, um dos maiores contribuintes do fundo, apoiam Juan Guaidó, líder da oposição.
“Infelizmente, o FMI não está em posição de considerar essa solicitação. Como citamos anteriormente, o compromisso do FMI com seus países-membros se baseia no reconhecimento de um governo oficial por parte da comunidade internacional”, afirmou o porta-voz. “Não há clareza sobre esse reconhecimento neste momento”, disse.
O pedido venezuelano foi revelado na última terça-feira (17) pelo ministro das Relações Exteriores, Jorge Arreaza. Maduro, na carta enviada à diretora-gerente do FMI, Kristalina Georgieva, disse que o montante seria utilizado para controlar os efeitos do vírus na saúde pública.
A Venezuela não enviava um pedido de ajuda formal ao FMI desde 2001, e esse é o primeiro de Maduro. Além disso, a última visita de uma missão técnica da agência a Caracas foi há 16 anos.
Na última segunda-feira (16), o governo venezuelano impôs quarentena para todo o país. No entanto, não foram divulgados detalhes de como funcionaria as paralisações.
Segundo as últimas informações oficiais, a Venezuela registrou 33 casos da doença. “Para cada caso conhecido, há 27 casos para se conhecer”, disse Maduro.
O coronavírus já atingiu mais de 200 mil pessoas em todo o mundo, levando a cerca de 8 mil mortes, de acordo com a universidade norte-americana Johns Hopkins. 81 mil das infecções, cerca de 40% do total, foram registrados na China, que já tem sob controle a propagação do vírus.
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