FMI: participação do Brasil no PIB global é a menor em 38 anos

O Fundo Monetário Internacional (FMI) informou que a participação do Brasil na economia mundial caiu para seu menor nível em 38 anos. Os dados divulgados da entidade financeira internacional mostram que em 2018, pelo sétimo ano consecutivo, o País perdeu participação na economia global.

Segundo o FMI, a fatia do Brasil na produção de bens e serviços do mundo era de 4,4% em 1980. Após 31 anos, entre aumentos e contrações, chegou a 3,1% em 2011. A partir daquele ano caiu sem parar, atingindo 2,5% em 2018. O nível mais baixo nas quase quatro décadas na série histórica que mede o intercâmbio comercial entre o Brasil e o resto do mundo.

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Os dados do FMI calculam a participação no Produto Interno Bruto (PIB) global em dólares ajustados pela paridade do poder de compra (PPC).

Na base dessa medida, que é mais estável, em 2018 o Brasil perdeu seu lugar como sétima maior economia do mundo, obtido em 2005. A Indonésia substituiu o Brasil, que passou para o oitavo lugar na classifica.

Caso o cálculo fosse realizado na base da conversão simples do PIB em dólares – aumentado a volatilidade por causa do fato câmbio – o Brasil também perde sua sétima posição. Dessa vez a Itália ultrapassa o País, que vai para o oitavo lugar no ranking.

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As previsões do FMI mostram que o Brasil continuará perdendo espaço na economia mundial até pelo menos 2024. Naquele ano, o País representará apenas 2,3% de toda a economia global, pelas projeções realizadas em PPC.

Redução generalizada

Essa redução de relevância na economia mundial não é uma exclusividade do Brasil. Há cerca de trinta anos a China começou a ganhar espaço na formação do PIB global, com taxas de crescimento de dois dígitos. Quase todas as principais economias do planeta acabaram recuando no ranking, já que era impossível replicar uma expansão da economia dessa magnitude. Somente a Índia conseguiu manter um ritmo acelerado de crescimento em todo o período.

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Entretanto, a situação do Brasil tem características próprias e peculiares, que diferem da trajetória dos outros países emergentes. Cada ano, o País perdeu 0,64 ponto percentual de participação do país no PIB mundial desde 2010. Uma contração inferior apenas aos recuos dos Estados Unidos e Japão. Mas esses dois países acabaram perdendo espaço por causa das consequências da crise financeira de 2008.

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Entretanto, mesmo crescendo menos, os dois países são economias avançadas. Eles já têm um patamar elevado de renda per capita, mantêm uma certa estabilidade no progresso em indicadores sociais, que acabam sendo menos sujeitos às contingências dos ciclos econômicos.

No caso dos emergentes, diferente do Brasil, países como Indonésia, Turquia, Filipinas, Vietnã e Malásia aumentaram suas participações no PIB mundial.

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Além disso, segundo os dados do FMI, o Brasil também perdeu em comparação aos seus vizinhos latino-americanos. Nos últimos oito anos, países como Colômbia, Peru, Chile, Uruguai e Paraguai conseguiram manter suas fatias do PIB mundial (em PPC).

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Carlo Cauti

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