A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, declarou nesta quarta-feira (30), durante entrevista à agência Bloomberg, que a entidade não emprestará dinheiro à Argentina de “olhos vendados”, apesar do cenário de crise que o país vive, ainda mais prejudicado pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19), o fundo deve ser cauteloso ao proporcionar um financiamento emergencial.
De acordo com a diretora, uma missão do FMI chegará no país na próxima terça-feira (6) com o objetivo de analisar a agenda econômica do presidente, Alberto Fernández, para que as negociações de um novo acordo possam ser iniciadas.
A entidade solicita detalhes sobre as últimas medidas anunciadas pelo governo argentino, como o novo orçamento para o próximo ano e os controles mais rígidos sobre o câmbio.
“Em tempos de crise, quando proporcionamos financiamento emergencial, temos que atuar realmente rápido. Isso não significa que estamos fazendo isso com os olhos vendados e sem prestar atenção em como o dinheiro está sendo gasto”, informou a economista. “Em todos os casos, analisamos a sustentabilidade da dívida. Alguns países são programas tradicionais de financiamentos. Agora vamos ter a Argentina”, concluiu.
Após conseguir reestruturar parte de sua dívida externa com credores privados, o país busca renegociar o acordo firmado com o FMI. Entre 2018 e 2019, o país recebeu US$ 44 bilhões em ajuda da entidade internacional.
Argentina negocia com FMI para quitar dívida de US$ 44 bi
A Argentina estaria negociando com o Fundo Monetário Internacional visando implementar um novo programa para reestruturar sua dívida externa de US$ 44 bilhões (aproximadamente R$ 245 bilhões). A notícia foi divulgada no dia 27 de agosto pelo diretor executivo da organização internacional para a América do Sul, Sergio Chodos.
Após o início formal das negociações feitas no dia 26 de agosto, o FMI declarou que a Argentina tem o objetivo de quitar a dívida de quase US$ 44 bilhões contraída durante o governo do ex-presidente, Mauricio Macri.
Durante o ano de 2018, o então presidente Macri fechou um contrato com a entidade em que receberia o valor de US$ 57 bilhões com a finalidade de impedir a desvalorização excessiva do peso argentino e de impedir um novo calote da dívida.
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No entanto, o país chegou a receber US$ 44 bilhões provenientes do acordo, antes que o atual presidente, Alberto Fernández, assumisse o cargo e cancelasse o programa no final do ano passado.
“A intenção da Argentina é buscar financiamento da entidade com o único propósito de pagar integralmente os US$ 44 bilhões que ainda são devidos ao Fundo”, afirmou o diretor executivo do FMI para a América do Sul.
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