A economista-chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI), Gina Gopinath, indicou nesta terça-feira (7) que muitos países podem precisar de reestruturação da dívida pública devido aos efeitos da pandemia do coronavírus (covid-19) na economia global.
Em um evento online promovido pela Universidade de Oxford, Gopinath explicou que, no momento, não havia crise de crédito, porém existirá “uma necessidade muito mais persistente de alívio da dívida para as nações mais pobres deste mundo”, dada a pandemia.
Considerando o fato de cerca de 40% dos países de baixa renda já estarem em problemas relacionados à dívida ou muito próximo à essa situação mesmo antes do início da pandemia, a economista indicou que poderia haver “uma necessidade de reestruturação da dívida em muitos países”.
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Os comentários foram feitos um dia antes do grupo das 20 principais economias do mundo sediarem, juntamente com o Clube de Paris de credores oficiais, uma conferência de alto nível sobre dívida, fluxos de capital e finanças sustentáveis no contexto da crise econômica desencadeada pelo coronavírus.
Os ministros de finanças do G20, os líderes do FMI e do Banco Mundial e credores do setor privado discutirão opções para responder às saídas de capital de mercados emergentes, os desafios da dívida e a melhor forma de promover um crescimento econômico forte e sustentável. Gopinath e outros especialistas em finanças internacionais acreditam que o congelamento dos pagamentos de dívida para os países mais pobres deve ser estendido até o final do ano.
FMI não vê sinais de bolhas de ativos neste momento
O diretor do departamento monetário e de mercado de capitais do FMI, Tobias Adrian, afirmou em junho que não enxerga sinais de bolhas de ativos neste momento.
Veja também: FMI: diretor diz não ver sinais de bolhas de ativos neste momento
Por outro lado, o especialista acrescentou, durante coletiva sobre a atualização do relatório de Estabilidade Financeira Global, que observam os valuations esticados. Para o diretor do FMI, “as valorizações em muitos mercados de risco parecem esticadas”. Há, atualmente, uma desconexão entre o otimismo dos mercados financeiros e a economia real, avaliou.