O Fundo Monetário Internacional (FMI) cortou nesta terça-feira (23) a projeção de crescimento do Brasil em 2019. Segundo a instituição, a economia brasileira deverá fechar esse ano com um avanço de 0,8%.
Os dados sobre o corte no crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro foram divulgados pelo FMI no relatório “Perspectiva Econômica Mundial” (WEO). A última edição do documento, publicada em abril, previa um crescimento de 2,1% para o País esse ano. Entretanto, a edição divulgada nesta terça apresenta um corte de 1,3 ponto percentual.
Em seu primeiro relatório do ano, divulgado em janeiro, a previsão de crescimento do FMI para o Brasil era de 2,5%. A redução é alinhada com aquela observada nas edições do Boletim Focus.
Em seu relatório, o FMI aponta como um das causas da redução do crescimento econômico o enfraquecimento do otimismo. Os economistas e investidores estariam perplexos diante das dificuldades que ainda persistem sobre a capacidade do governo de tocar reformas econômicas estruturais.
Entretanto, para 2020 o FMI ainda acredita que o Brasil poderá acelerar, chegando a crescer de 2,4%. Um resultado apenas 0,1 ponto percentual
abaixo do que foi projetado no último mês de abril para o ano que vem.
México também tem previsão reduzida
O FMI também cortou a previsão de crescimento do México de 1,6% para 0,9%. No país norte-americano, o nível de investimento estaria ainda fraco. Além disso, a desaceleração do consumo das famílias também seria uma das consequências das incertezas políticas que vive a economia mexicana. Com isso, os empréstimos também teriam custos mais altos, dificultando ainda mais a retomada. Entretanto, o Fundo manteve a expectativa de crescimento inalterada para 2020 em 1,9%.
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Por causa dos cortes nas previsões de crescimento de Brasil e México, a inteira projeção de crescimento para a América Latina acabou sendo derrubada. “A previsão é que a região cresça a um ritmo de 0,6% em 2019, 0,8 ponto percentual a menos que o esperado no relatório de abril, e que acelere para 2,3% em 2020”, informou o FMI.
PIB global também foi cortado
A projeção de crescimento do PIB global também foi cortada pelo FMI. No começo de 2019 essa previsão era de 3,3%. No entanto, o índice foi reduzido para 3,2%. A previsão de crescimento para 2020 também diminuiu. Em abril, a estimativa era de 3,6%, mas agora é de 3,5%.
O fundo ressaltou que a melhora no crescimento entre 2019 e 2020 é estimada. Contudo, a maior parte da alta depende do desenvolvimento de economias emergentes, por isso, há incerteza em relação ao aumento.
“Com o crescimento econômico global moderado e os riscos dominando as perspectivas, a economia global está em um momento delicado”, afirmou o FMI.
Causas para a redução
As tensões comerciais entre Estados Unidos e China foram apontados como causa principal para a desaceleração econômica mundial. Segundo o FMI, a guerra comercial impactou nos investimentos das empresas e no consumo em vários países.
A instituição afirmou que mesmo que o presidente norte-americano, Donald Trump, e o presidente chinês, Xi Jinping, tenham declarado trégua, ainda não é possível afirmar que a crise foi solucionada.
Na última semana, a economista do FMI, Gita Gopinath, afirmou que as tarifas que a China e os EUA estão impondo entre si podem reduzir 0,5% do crescimento econômico global no ano que vem.
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Além da guerra comercial, as tensões tecnológicas e as altas perspectivas de que a saída do Reino Unido da União Europeia, como chamado Brexit, não chegue a um acordo também foram mencionadas como motivos para a redução do PIB.
Além disso, embora algumas economias como Estados Unidos, Japão, Reino Unido e países da União Europeia tenham apresentado crescimento no 1º trimestre de 2019, o FMI espera que o desenvolvimento seja mais fraco daqui para frente.