FMI: Cerca de 90% dos países terão desaceleração econômica em 2019

A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, disse nesta terça-feira (8) que 90% dos países do mundo registrarão desaceleração econômica em 2019.

De acordo com Georgieva, a próxima edição do relatório do FMI sobre a economia mundial trará revisões negativas para 2019 e 2020. O “World Economic Outlook” será divulgado na próxima semana.

“Em 2019, esperamos um crescimento mais lento em quase 90% do mundo. A economia global se encontra agora em uma desaceleração sincronizada”, afirmou a diretora-gerente.

Entre os fatores que causaram a redução do crescimento econômico, a economista falou sobre as incertezas relacionadas ao Brexit e os impasses comerciais entre Estados Unidos e China.

“Ainda que o crescimento acelere em 2020, as lacunas atuais podem levar a mudanças que duram uma geração – cadeias de suprimento quebradas, setores comerciais isolados, um ‘Muro de Berlim digital’ que força países a escolherem entre sistemas de tecnologia”, declarou Georgieva.

Maneiras de retomar o crescimento da economia

Segundo a diretora-gerente do órgão internacional, os países precisarão se unir para liberar o comércio global. Dessa forma, deverão estabelecer acordos sobre os conflitos relacionados às tarifas.

“Isso significa lidar com subsídios, e também com direitos de propriedade intelectual e transferência de tecnologia”, afirmou Georgieva.

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Além disso, o corte da taxa de juros em países com inflação moderada e desaceleração econômica deve ocorrer. Contudo, a economista ressaltou que as taxas muito baixas podem, em alguns casos, causar efeitos negativos.

“Em qualquer país, reduzir a dívida e o déficit deve ser sempre feito como uma forma de proteger a educação, saúde e empregos”, disse a diretora-gerente do FMI.

Kristalina Georgieva como diretora-gerente do FMI

No dia 25 de setembro, o FMI anunciou a economista búlgara Kristalina Georgieva como nova diretora-gerente.

A economista tornou a primeira pessoa vinda de uma economia emergente a comandar a instituição. O mandato começou no dia 1º de outubro e durará cinco anos.

Saiba mais: FMI anuncia Kristalina Georgieva como sua nova diretora-gerente

Georgieva, que tem uma ideologia próxima à centro-direita, cresceu na Bulgária enquanto o país era governado sob uma ideologia comunista. Antes do FMI, Georgieva construiu sua reputação durante o período que trabalhou no Banco Mundial como executiva-chefe. Além disso, foi presidente interina do Banco entre 1º de fevereiro e 8 de abril de 2019.

Giovanna Oliveira

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