O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, general Floriano Peixoto Neto, será nomeado presidente dos Correios. O presidente da República, Jair Bolsonaro, deverá nomear Peixoto como substituto do general Juarez Cunha.
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O ex-presidente dos Correios foi demitido na semana passada por Bolsonaro. Segundo o presidente, Cunha se comportou como “sindicalista”, por ter se manifestado contra a privatização da estatal. O governo é favorável a venda da empresa pública e a liberalização do setor.
Cunha chegou a declarar que, em caso de privatização, os Correios não sobreviverão. “A Argentina privatizou e teve que retomar porque não deu certo. O Brasil é um país muito maior. Tenho certeza que esta decisão pode causar problema”, afirmou o ex-presidente dos Correios.
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Segundo o governo o modelo de negócios da empresa estaria ultrapassado. Entretanto, os Correios continuam tendo um alto valor estratégico, necessitando apenas ser renovados para enfrentar os novos desafios, em particular o crescimento das vendas online.
Cunha chegou a cogitar a realização de uma oferta pública inicial de ações da companhia. Entretanto, essa operação, segundo ele, se concretizaria em quatro ou cinco anos.
Longa carreira militar
O general Peixoto iniciou a carreira militar em 1973 e concluiu a formação na Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN) em 1976, na arma de infantaria.
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O oficial é paraquedista militar, assim como o presidente Bolsonaro, Peixoto chegou ao grau de general de divisão (três estrelas), o penúltimo na hierarquia do Exército, antes de passar para a reserva, em março de 2014.
O oficial participou duas vezes da Missão de Paz das Nações Unidas no Haiti. Na primeira vez como oficial de operações e outra como o comandante das forças militares no país. Ele estava no comando da missão quando ocorreu o terremoto no Haiti, em 2010.
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Peixoto teve experiências na Suíça e nos Estados Unidos, e é formado em Administração de Empresas e concluiu um MBA em Gerência Executiva.
O futuro presidente dos Correios ocupava a Secretaria-Geral da Presidência desde fevereiro. Peixoto assumiu o cargo no lugar do ex-ministro Gustavo Bebianno, demitido por Bolsonaro após o escândalo dos candidatos laranja do Partido Social Liberal (PSL).