Flapper, startup da aviação, atinge breakeven e mira expansão
A startup de compartilhamento e fretamento de aviação executiva Flapper anunciou que chegou a R$ 3 milhões de faturamento no quarto trimestre de 2019. O resultado marcou o breakeven operacional da companhia, que agora se prepara para voar pela América Latina e impulsionar a comercialização de assentos em voos internacionais.
De acordo com o CEO da empresa, Paul Malicki, com a operação no azul, a Flapper reserva caixa agora para se tornar mais conhecida no mercado internacional de aviação executiva.
“Queremos ser uma plataforma para América Latina, que ligue voos entre diversas cidades da região”, afirmou Malicki.
“Também quero popularizar essa rota de compartilhamento de assentos [em jatos executivos]. Tudo isso demanda mais tecnologia, mais relações públicas, mais reconhecimento do mercado e, passo a passo, com mais pessoas utilizando, podemos implementar essa função de venda por assento à América Latina”, completou o CEO.
A empresa, que se define como “linha aérea boutique”, freta jatos privados ou helicópteros e também comercializa assentos em voo compartilhados -uma espécie de “Uber da aviação executiva”, onde o cliente pode comprar assentos em voos executivos em rotas pré-definidas.
Grande parte do resultado do último trimestre, contudo, ainda é oriundo do fretamento de aeronaves -atividade mais tradicional do mercado e que resultou em ganhos mensal de cerca R$ 1 milhão à Flapper.
O resultado também foi impactado de forma positiva por eventos atípicos -como a final da Libertadores disputada pelo Flamengo e que levou milhares de brasileiros a procurar voos de última hora para Lima, no Peru.
Para Malicki, contudo, não serão necessários outros grandes eventos para que a Flapper sobreviva no azul no mercado brasileiro.
“Temos chance de fretar mais aeronaves, mesmo sem evento atípico, porque temos Carnaval, feriados, destinos sem voos comerciais, mais massa para fazer [fretamento] com Boeing 737, por exemplo. Empresas que fazem festa de firma, etc. A expectativa é continuar crescendo pois nossa ferramenta permite venda de assento em um voo grande”, afirmou ele.
As despesas operacionais da companhia também cresceram 154% no ano passado. Segundo Malicki, a alta não assusta pois são gastos necessários para colocar a operação de pé.
“Aqui consideramos custos internos de operação. Com mais viagens, eu terei mais custos. Se a despesa crescer também é bom, mas ela precisa crescer menos que a receita total”, concluiu.
Flapper oferece ponte aérea por menos de R$ 1 mil
A Flapper, chamada de “Uber da aviação executiva”, nasceu em 2016. À época, a companhia fazia apenas a intermediação de empresas de táxi aéreo e clientes.
Um ano depois, a companhia inciou a operação de vender assentos em rotas pré-determinadas pelo aplicativo. Na ponte aérea Rio-São Paulo, por exemplo, um assento sai por menos de R$ 1.000.
Atualmente, os destinos mais populares da empresa são as cidades de Angra dos Reis, Paraty, Ilhabela, e Juquehy. “[As rotas] constituem um target perfeito de clientes de alto poder aquisitivo – muitos deles proprietários de barco”, disse, em nota, a Flapper.