A Fitch reforçou nesta sexta-feira (1º) o rating BB da Minerva (BEEF3), avaliando a companhia com perspectiva estável. Segundo análise da agência, a alavancagem da empresa “melhorou significativamente em 2020”. De acordo com a projeção, sua alavancagem bruta deve recuar rumo a 5 vezes em 2021, com tendência rumo a 4 vezes em 2022.
A avaliação enxerga positivamente a forte liquidez, bom desempenho operacional e alavancagem do grupo Minerva.
“Os ratings do Minerva refletem seu sólido perfil de negócios como player puro na indústria de carne bovina, com grande presença na América do Sul”, afirma o relatório. No entanto, “os ratings consideram a falta de diversificação do Minerva em outras proteínas, o que não ocorre com empresas como a JBS (JBSS3) ou Tyson“.
“A Minerva é menor do que seus concorrentes, como JBS (JBSS3) ou Tyson Foods (TSNF34). Do ponto de vista financeiro, os ratings são sustentados pela forte posição de liquidez do Minerva, com caixa suficiente para amortizar sua dívida até 2026 e alta rentabilidade do setor devido às exportações”, diz o relatório.
Entre os principais critérios, a Fitch menciona:
- Crescimento da receita em dois dígitos, devido à forte demanda de exportação.
- EBITDA de cerca de R$ 2,2 bilhões até o ano de 2021.
- Projeção de alavancagem líquida para 2,3x em 2021.
A agência lembra que, como produtora de carne, a empresa está exposta a riscos, como os sanitários ou ambientais, assim como restrições a importações ou exportações. Mas isso é mitigado em parte por sua diversificação geográfica, com operações em vários países, considera a agência.
Minerva foi destaque no Ibovespa em setembro
O setor frigorífico foi um dos principais destaques no Ibovespa no mês passado, para a surpresa de muitos investidores. A notícia que surgiu no inicio do mês sobre os casos atípicos do “mal da vaca louca” no Brasil fez com que a China suspendesse o embarque de carne bovina no país.
Mesmo com as restrições da China, o Minerva informou ao mercado que continua atendendo o país asiático por meio de quatro plantas de abate localizadas no Uruguai e Argentina, sem comprometer a participação de mercado e relacionamento com cliente.
Além disso, na análise do Morgan Stanley, não existe carne bovina o bastante no mundo atualmente – por isso os preços de proteína estão disparando, sem sinais de desaceleração. A instituição elevou assim o preço-alvo para as ações do Minerva de R$ 15,00 para R$ 16,50.
(Com informações da Agência Estado)