A agência de classificação de riscos Fitch Ratings reafirmou, nesta quinta-feira (27), o rating BB- do Brasil, mantendo a perspectiva negativa da nota do País.
A Fitch avalia que essa classificação reflete os riscos para a consolidação fiscal e a recuperação econômica necessária para a estabilização da dívida pública no médio prazo.
“As pressões sobre os gastos públicos persistem e um apoio fiscal adicional para enfrentar as consequências da pandemia não pode ser descartado. Fragilidades fiscais contínuas, bem como vencimentos de dívidas encurtados, tornam o Brasil vulnerável a choques”, afirma a agência de classificação de riscos, em seu relatório.
Em contrapartida, a agência pondera que, “mas uma base diversificada de investidores institucionais e seu viés doméstico mitigam os riscos de rolagem” lembrando que o colchão de liquidez do Tesouro é robusto.
Além disso, a agência afirma que o rating BB- é sustentado pela grande e diversificada economia, com alta renda per capita ante os pares emergentes e capacidade de absorver choques externos.
Não está claro quanto progresso em matéria de reformas é possível no Brasil
A Fitch ainda avaliou que não está claro quanto progresso em matéria de reformas estruturais o governo brasileiro poderá fazer antes das eleições do ano que vem. Segundo a agência de classificação de risco, a “janela de oportunidade” para aprovar as reformas pode se fechar no início de 2022.
Em nota, a Fitch destaca que uma proposta para simplificar o “complexo” sistema tributário brasileiro e a reforma administrativa para conter os custos da folha de pagamento no médio prazo foram apresentadas ao Congresso. No entanto, a dúvida em relação à tramitação dessas matérias, na visão da agência, vem dos lobbies investidos e da incerteza relacionada à pandemia de covid-19, que pode ocupar a agenda do legislativo.
Ao dizer que o Brasil retomou a agenda de reformas econômicas em 2021, a Fitch menciona a aprovação da lei que garante autonomia ao Banco Central, a atualização dos marcos regulatórios para os setores de saneamento e gás, além da PEC emergencial.
Ainda na avaliação da agência, políticas macroeconômicas restritivas e incertezas relacionadas à corrida eleitoral de 2022 podem pesar sobre o investimento e o crescimento do Brasil no próximo ano.
Com informações do Estadão Conteúdo