A agência de classificação de risco Fitch prevê uma expansão de 2,1% no Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil para 2019. A análise faz parte do relatório sobre ratings soberanos da América Latina, publicado nesta terça-feira (16).
De acordo com a Fitch, fatores negativos nos últimos seis meses puxaram as notas para baixo. “Além do ambiente macroeconômico geral, o risco político e a direção da política econômica continuam sendo incertezas essenciais em vários países. Esse é o caso das duas maiores economias da região, Brasil e México”, informa o relatório.
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A agência atribui rating BB- ao Brasil, com perspectiva estável. A Fitch destacou a importância da reforma da Previdência, que pretende gerar uma economia de R$ 1 trilhão. Porém, ressaltou que a aprovação da pauta é “desafiadora”. Além disso, afirma que o cenário para a aprovação do projeto em sua integralidade é incerto.
“O fracasso em aprovar a reforma da Previdência pode afetar os investimentos e projeções de recuperação, além de elevar as incertezas sobre as dinâmicas para a dívida pública no médio prazo”, afirma o relatório.
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Além disso, a agência de classificação de risco ressaltou a importância de uma série de reformas para a economia brasileira. Entre elas:
- privatizações
- diminuição do Estado na economia
- independência do Banco Central
- desregulamentação
- liberalização do comercio interno
- controle de gastos públicos
Todas pautas que estão nos planos da equipe econômica do governo do presidente Jair Bolsonaro. “Entretanto, essas medidas podem enfrentar oposição política e social”, informou o relatório.
Contas públicas e inflação
Sobre os gastos do governo, a agência salientou que embora o déficit primário tenha sido menor do que o previsto, o déficit nominal de 8% do PIB ainda é muito alto. “Uma consolidação mais rápida exigiria a reforma da Previdência, outros ajustes de gastos e medidas para fortalecer as receitas”, explicou a Fitch.
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A agência também avaliou que a inflação segue sob controle. A lenta recuperação da economia, o desemprego elevado e a estabilidade do câmbio fizeram com que os preços se mantenham dentro do controle, na avaliação da Fitch. Dessa forma, a expectativa é que o Banco Central mantenha a taxa básica de juros estável neste ano e a aumente em 2020.
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