A agência de classificação de risco Fitch revisou na última terça-feira (5) a perspectiva do rating de crédito brasileiro para negativa. A empresa manteve a nota do Brasil em BB-. Desse modo, o grau de investimento do país é avaliado como especulativo, ou seja, com maior risco de calote.
“A revisão da Perspectiva para Negativa reflete a deterioração das perspectivas econômicas e fiscais do Brasil e os riscos negativos de renovada incerteza política, incluindo tensões entre o Executivo e o Congresso, e incerteza sobre a duração e a intensidade da pandemia do coronavírus”, afirmou a Fitch em relatório.
Dessa forma, a agência de riscos classifica que esses fatores podem prejudicar a capacidade do governo para ajustes fiscais e para implementação de reformas econômicas após a pandemia. E, isso pode até restringir uma resposta emergencial “considerável” da política à crise da covid-19.
Segundo a agência, o Brasil entrou no atual momento de estresse com equilíbrio fiscal relativamente fraco e com baixo crescimento econômico.
Antes, a Fitch atribuía perspectiva “estável” para o rating do Brasil. Porém, na última terça, a nota de crédito foi mantida em “BB-“, três níveis abaixo do mínimo para grau de investimento.
“Os ratings do Brasil são sustentados por sua ampla e diversificada economia, alta renda per capita em relação aos pares e capacidade de absorver choques externos”, afirmou a agência.
Fitch prevê recessão de 4% na economia do Brasil
A agência prevê que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil irá retrair 4% em 2020, antes de crescer 3% em 2021. ” O crescimento médio de -0,6% nos últimos cinco anos reflete uma lenta recuperação após uma longa e profunda recessão em 2015/2016″.
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“As perspectivas econômicas deterioraram-se acentuadamente devido aos crescentes desafios externos, incluindo a desaceleração significativa da China”, completou a Fitch.
Para 2021, o país irá crescer a medida que se recupera da pandemia e responde as medidas adotadas pelo governo para impedir que a crise econômica se agrave.
“Na visão da Fitch, uma recuperação mais rápida em 2021 pode ser dificultada pelas persistentes incertezas fiscais, políticas e de reformas no contexto de um aumento do endividamento publico”, afirmou a agência.