Fitch diz que privatização da Eletrobras (ELET3) é “evento incerto”
A Fitch reafirmou a classificação ‘BB-‘ para as ações da Eletrobras (ELET3) e frisou que considera a privatização da estatal um “evento incerto”.
A nova nota se aplica aos ratings de inadimplência de emissor (IDR) de longo prazo em moeda estrangeira e local, assim como de títulos sêniores sem garantia. A perspectiva é negativa para os IDRs da Eletrobras e estável para a dívida em escala nacional.
A agência de risco revisou ainda sua avaliação do perfil de crédito autônomo da Eletrobras de ‘b+’ para ‘bb-‘, refletindo a melhoria da estrutura de capital da empresa e o fortalecimento da geração de caixa operacional.
De acordo com os critérios da Fitch, os IDRs da Eletrobras são equalizados com o rating soberano do Brasil (BB-/Negativo), considerando o vínculo próximo entre ambos, enquanto o governo tem um “forte a muito forte” incentivo para fornecer suporte à empresa.
Com isso, perspectiva negativa a dos IDRs da Eletrobras reflete a mesma perspectiva para o rating soberano do Brasil.
A Fitch destaca que não incorpora a potencial privatização da Eletrobras nessas projeções.
A agência avalia que caso a companhia se torne uma entidade privada, provavelmente desvinculará o rating da Eletrobras do soberano e analisará a empresa individualmente.
“A privatização deve permitir à empresa obter preços de venda mais elevados associados a parte de seus ativos de geração e maior flexibilidade para gerenciar seus custos”, projeta a Fitch.
Oferta de ações da Eletrobras para privatização chega a R$ 30,6 bilhões
A estatal protocolou o pedido à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) da oferta pública de ações de distribuição primária e secundária. Inicialmente a companhia vai emitir 627,7 milhões de novas ações no âmbito de capitalização da estatal.
Já a oferta secundária de ações da Eletrobras prevê 69,8 milhões de papéis do BNDESPar, braço do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). As ofertas primárias e secundárias também incluem as American Depositary Shares (ADRs), emitidas nos Estados Unidos.
O roadshow, apresentação aos investidores, começa oficialmente hoje, assim como o processo de coleta de preços (bookbuinding). O início do período de reserva será de 3 a 8 de junho. O preço por ação será fixado no dia 9 de junho e o início da negociação das novas ações da Eletrobras está previsto para o dia 10.
A oferta de ações da Eletrobras poderá ter lote suplementar de até 15% das ações da oferta inicial.
O preço estabelecido como referência para a oferta para as ações da Eletrobras é de R$ 44,00, conforme o fechamento de quinta-feira (26), do mercado financeiro. Dessa forma, a oferta envolverá montante de R$ 30,6 bilhões.
De acordo com o jornal Valor Econômico, apesar do momento relativamente fraco do mercado, a Eletrobras não vai encontrar dificuldades de emplacar sua oferta. Isso porque metade da oferta já está ancorada, ou seja, já tem investidores comprometidos a ficar com parte das ações da estatal.
Veja os fundos já comprometidos com a capitalização de ELET3
- GIC, de Cingapura (tem a maior posição no grupo dos âncoras)
- SPX, do Brasil
- Truxt, do Brasil
- Squadra, do Brasil
- Itaú Asset, do Brasil,
- Zimmer, dos EUA
- Gqg Partners, dos EUA
- RWX, britânica
Além disso, os bancos coordenadores têm o compromisso com os investidores que já estão na base acionária da Eletrobras, como as gestoras 3G Radar e o banco Clássico. Para participar do grupo de investidores âncoras, é necessário cheques a partir de R$ 1,5 bilhão.
Com Estadão Conteúdo