Fintechs são excluídas de pacote de aumento de crédito do BC
O Banco Central (BC) anunciou uma série de medidas para aumentar o capital dos bancos e minimizar os efeitos da crise econômica causada pela pandemia do coronavírus (covid-19) para as instituições financeiras. No entanto, as propostas não englobam as fintechs.
A proposta de aumentar o dinheiro que os bancos possuem em caixa foi uma forma encontrada pelo BC para atender a demanda das companhias e evitar grandes prejuízos. No entanto, ao longo das duas últimas semanas, as fintechs registraram um aumento na demanda por crédito de pequenas e médias empresas. Justamente a falta de recursos fez com que estas instituições financeiras não pudessem concluir parte das negociações.
“Trabalhamos com uma balança: se tenho demanda, preciso ter funding”, afirmou o fundador da fintech de empréstimos IOOU, Bruno Sayão, em entrevista ao jornal “Folha de S. Paulo”.
De acordo com o executivo, o capital limitado para empréstimos, visto que as fintechs não contam com nenhum incentivo do BC, faz com que a taxa de aprovação de crédito destas empresas fique inalterada, mesmo com o aumento da demanda. O maior risco de inadimplência também contribui para que os empréstimos não ocorram.
O Banco Central comunicou que está analisando as propostas enviadas pelas fintechs. Entretanto, a autoridade monetária ressaltou que não possui um prazo para divulgar sua decisão.
Avanço das fintechs pode contribuir para privatização do BB
No início de fevereiro, o presidente do Banco do Brasil (BBAS3), Rubem Novaes, afirmou que os avanços das fintechs e do open banking devem pressionar a privatização do banco estatal no médio prazo.
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Segundo Novaes, a privatização do BB é inevitável ao longo dos próximos anos. O executivo salientou que a desestatização não é um problema para o curto prazo. No entanto, segundo o presidente do banco, a medida deve ser considerada em um “horizonte de cinco anos”.
“Na medida que se aprofundar esse novo mundo bancário de open banking e competição das fintechs, as desvantagens de ser um banco público vão se acentuar. E eu acho que a gente já devia começar a se antecipar para pensar em privatização. Assim não teria trauma nenhum”, afirmou Novaes.