A startup de crédito com garantia Creditas recebeu autorização do Banco Central para começar a operar como sociedade de crédito. A informação foi publicada no Diário Oficial da União nesta quinta (24).
A Creditas Sociedade de Crédito S.A. tem capital social de R$ 5 milhões. Seu controlador será Romulo Kfuri Mendes, sócio da fintech.
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Desta forma, a Creditas vai funcionar de forma híbrida, sem depender de outras instituições bancárias, segundo a assessoria de imprensa. A empresa vai continuar trabalhando com seus atuais parceiros, enquanto se prepara para começar a lançar os primeiros créditos.
A licença de SCD do Banco Central
O processo começou com as novas regras para fintechs elaboradas pelo Banco Central. Em abril de 2018, a instituição publicou uma resolução que regulava a atuação de fintechs de crédito no País. A norma do BC trouxe duas novas modalidades. A Sociedade de Crédito Direto e a Sociedade de Empréstimo entre Pessoas (SEP).
A Creditas foi a primeira fintech a entrar com a solicitação para operar SCD. Na definição da norma, trata-se de uma “instituição financeira que tem por objeto a realização de operações de empréstimo, de financiamento e de aquisição de direitos creditórios exclusivamente por meio de plataforma eletrônica, com utilização de recursos financeiros que tenham como única origem capital próprio.”
Ou seja, mesmo com a licença de SCD, a Creditas não pode captar recursos do público, exceto mediante emissão de ações, e nem participar do capital de instituições financeiras. O dinheiro usado nos empréstimos oferecidos pela Creditas vem de investidores.
“A licença faz todo o sentido pra gente”, diz Fábio Zveibil, vice-presidente de marketing e desenvolvimento de negócios. “Ela nos permite maior agilidade nos processos internos – que vai se traduzir imediatamente aos clientes -, mais eficiência, nos dá alternativas para fazer os contratos”.
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A Creditas
A Creditas é uma fintech brasileira que trabalha com crédito por garantia. Também conhecido como refinanciamento, esse é um tipo de crédito em que o cliente utiliza um bem (veículo ou imóvel) como garantia de pagamento do empréstimo tirado junto à empresa.
Segundo a fintech, o crédito por garantia oferece juros menores, maior prazo de pagamento e maior valor emprestado. Instituições financeiras tradicionais levam em conta dois fatores: o risco de inadimplência e os custos da operação. Quando se usa um bem próprio como garantia, o cliente arca com o próprio risco. Assim, a financiadora consegue oferecer taxas mais baixas e parcelas menores. O custo operacional é mais baixo pelo fato de a Creditas não possuir agências físicas e todo o processo ser feito digitalmente.
Sociedades de crédito
Para obter a licença, fintechs precisam passar por um demorado processo para se tornarem instituições financeiras. Os mesmos requisitos de detalhamento de resultados cobrados para grandes bancos são da mesma forma cobrados das fintechs.
Fintechs que se tornam sociedades de crédito conseguem emprestar dinheiro a partir de capital próprio por meio de plataformas eletrônicas. O status de instituição financeira lhes dão responsabilidade para a emissão de seus títulos de crédito. Tratam-se de papéis de dívida responsáveis por captar dinheiro com investidores no mercado de capitais de recursos restritos. Com isso, são usados para financiar os empréstimos e financiamentos concedidos pelas startups. Antes da regulamentação do Banco Central, fintechs como a Creditas precisavam fazer essa emissão de títulos por meio de outros bancos.