O interesse por investimentos em Fundos Imobiliários (FIIs) ultrapassou o interesse por renda fixa no mês de agosto, conforme indicou a nova edição da pesquisa mensal da XP Investimentos com assessores e escritórios filiados.
Segundo o levantamento, o interesse por FIIs aumentou 8 pontos percentuais de um mês para outro e ficou em 71% em agosto, ultrapassando a renda fixa (70%), que tem indicado uma tendência de queda de interesse nos últimos meses.
Outro ponto de destaque da pesquisa é que continua existindo um sentimento positivo de assessores e seus clientes em relação à bolsa.
De acordo com os números, 64% dos assessores indicaram que seus clientes planejam aumentar a exposição a ações, permanecendo próximo ao máximo histórico dessa pesquisa.
Apesar da intenção, a alocação em ações permanece baixa. Segundo os assessores, a maioria (75%) de seus clientes ainda têm menos de um quarto de sua carteira alocada em renda variável.
Preocupações com riscos internos e externos
Na última Pesquisa de Investidores Institucionais XP, o risco fiscal doméstico era a principal preocupação, com recessão nos Estados Unidos em segundo. Os dois fatores também são vistos como os maiores riscos de cauda para as ações brasileiras pelos assessores.
Destaque para a preocupação com risco fiscal doméstico, que saltou 12 pontos percentuais em um mês, de 26% para 38% em agosto.
Com relação à política econômica, a visão é mista, similar aos investidores institucionais. 42% deu nota de 7 ou mais (em uma escala de 0 a 10). A nota média calculada foi de 6,1.
Por fim, olhando para as preferências por setores, nota-se a mesma tendência do mês passado. Em agosto, os maiores interesses estão nos setores Financeiro, Elétricas & Saneamento, e setores relacionados a commodities. Por outro lado, Transporte e Educação continuaram com menores indicações de interesse.
Esses resultados são bem diferentes dos indicadores pelos investidores institucionais, que têm se mostrado mais interessados por setores sensíveis às taxas de juros.
FIIs: início do ciclo de cortes da Selic já impulsiona números dos Fundos imobiliários
O recente início do ciclo de cortes da taxa Selic já apresenta um impacto significativamente positivo nos investimentos em Fundos de Investimento Imobiliário (FIIs).
Conforme indicado pelos dados da Sequóia Properties, o fundo multissetorial SEQR11 experimentou um aumento de 4,6% em sua base de cotistas em julho, na comparação com o mês de junho, e um impressionante crescimento de 15,52% em relação ao mesmo período no ano anterior.
Uma das consequências diretas desse cenário de corte da Selic é o aumento dos dividendos distribuídos pelos FIIs. No mês de julho, a cota do fundo SEQR11 registrou uma elevação de 7,9%, refletindo a atratividade desses investimentos diante do atual panorama econômico.
Outro fator a ser considerado é a recuperação dos preços de mercado dos FIIs, que, por sua vez, estimula a realização de novas emissões com o objetivo de expandir o portfólio dos fundos.
Esse movimento de ampliação da diversificação não apenas reduz os riscos associados aos investimentos, mas também dilui os custos, tornando os fundos imobiliários ainda mais atrativos para os investidores.
Uma análise mais ampla do mercado revela que os FIIs estão atualmente sendo negociados abaixo de seus valores patrimoniais. Esse cenário sugere uma excelente oportunidade de entrada para os investidores que desejam se posicionar nesse segmento em crescimento.
Os fundos imobiliários voltados para ativos reais, conhecidos como fundos de tijolo, destacam-se nesse contexto. Seus retornos adicionais são acentuados pelo desconto nas cotações e pelo fato de seus fundamentos não estarem diretamente atrelados a índices econômicos voláteis.
De acordo com Fábio Idoeta, CFO e Diretor de Relações com Investidores da Sequóia Properties, o movimento de crescimento dos FIIs acontece há alguns meses, desde que a curva longa das taxas de juros futuros começou a projetar queda.
“O mercado tende a se antecipar à trajetória esperada da curva de juros futuros. Quando essa trajetória indica uma redução, os investidores começam a migrar seus capitais de investimentos de renda fixa, que perde atratividade, para alternativas mais rentáveis, como os FIIs. A expectativa de um ambiente de juros mais baixos tem sido recorrente e, com o último corte da Selic superando as previsões, o processo de migração é ainda mais acelerado”, afirmou o gestor do fundo imobiliário.
Diante desse contexto, é válido destacar que oportunidades estão emergindo em diversos setores de FIIs, desde logístico e industrial até segmentos como laje, renda urbana e saúde.
Segundo Idoeta, a perspectiva é promissora para todos esses setores de FIIs, e os investidores estão aproveitando essa janela de oportunidade para diversificar suas carteiras e buscar rendimentos mais atrativos, impulsionados pelo ciclo de cortes da Selic e pelo otimismo no mercado de fundos imobiliários.