FIIs: o que está por trás do aumento nas subscrições
Em outubro e novembro deste ano, as ofertas de Fundos de Investimento Imobiliários (FIIs) começaram a aumentar bastante, e isso chamou a atenção dos investidores. Nesta semana, o total de emissões já estava em 123.
Do total de novas emissões, cerca 56 são destinadas à investidores em geral, ao passo que o restante é destinado à investidores profissionais.
Vale destacar que a emissão de cotas normalmente ocorre quando um fundo deseja aumentar o capital, ou então quando o FII está sendo estruturado. Para isso, o Fundo emite novas cotas e as vende. Com o dinheiro oriundo desta operação, o fundo pode investir em novos ativos.
Embora esse seja um movimento comum, nos últimos meses diversas emissões foram abertas, o que não é algo tão habitual. Diversos fatores influenciaram esse movimento no mercado de FIIs, sendo um deles o cenário econômico atual.
Contudo, para o analista de FIIs, Marcos Baroni, esse mercado ainda deve crescer bastante. “Tudo mantido constante, crescerá em escala geométrica”.
“As pessoas estão descobrindo os FIIs”, destaca o analista que explica que o crescimento é consequência do atual cenário dos mercado, bem como os juros baixos e o crescimento da inflação, que fazem com que grande quantidade de recursos alocados tenha rendimentos reais negativos.
Além disso, ele considera que “o FII funciona como uma forma de aproximar o investidor do investimento. É uma proposta que agrada muita gente”, diz Baroni lembrando que esses ativos têm uma relação de risco e retorno muito interessante.
No entanto, ele salienta que nem todas as novas subscrições são tão boas assim. Embora as novas emissões devam continuar sendo muito intensas, cabe aos investidores se manterem atentos e analisar as melhores oportunidades.
Assim, alguns dos pontos mais importantes para se analisar em novas emissões são a qualidade do fundo que está realizando a emissão, objetivos e preço da emissão.
O aumento nas emissões também apresentam uma vantagem aos investidores, de acordo com o analista. Ele acredita que o investidor terá acesso à produtos mais estruturados e assim, há uma chance do número de investidores mais qualificados aumentar, pois segundo ele, quando um produto é mais estruturado, os investidores tendem a estudar mais sobre investimentos.
Número de investidores em FIIs também está avançando
Ademais, não é só o número de subscrições que está crescendo. Ao final de agosto, o número de investidores pessoa física em FIIs chegou a um milhão pela primeira vez.
Em agosto de 2019, esse número ficava em 698 mil. Em setembro, mais de 260 Fundos Imobiliários já estavam listados no mercado brasileiro, ao passo que em 2017, esse número chegava a 156.
Apesar da marca de um milhão de investidores pessoas físicas, o número de investidores institucionais é de aproximadamente 924, ao passo que o total de outros investidores fica em 3.500.
Confiante, Baroni acredita que “no final da década seremos o produto com maior quantidade de investidores no Brasil”.
Investindo com cuidado
Antes de qualquer investimento em renda variável é importante ressaltar que quitar as dívidas e fazer uma reserva de emergência deve sempre ser a prioridade. Os analistas da SUNO Research sempre salientam que é necessário antes poupar dinheiro para depois investir, e nunca se endividar para investir ou investir endividado. Esta matéria não é uma recomendação de investimento em FIIs.