A Economatica, utilizando dados da ANBIMA e da B3, divulgou que o número de cotistas de fundos imobiliários (FIIs) atingiu um número recorde em 2020. Além disso, o volume financeiro médio negociado por dia também superou todos os demais anos da série histórica. Já a distribuição de dividendos, entretanto, teve a menor relação com o preço das cotações dos últimos dez anos.
Cotista de fundos imobiliários alcança numero recorde e quase dobra na base anual
A quantidade de cotistas em fundos imobiliários atingiu 3,73 milhões em dezembro de 2020, número 91,7% superior ao mesmo mês de 2019, quando 1,78 milhão de pessoas investiam no setor. Em junho de 2019, eram apenas 1 milhão de cotistas. Em outubro de 2018, 500 mil.
O volume financeiro médio negociado por dia na B3 também foi recorde. Em 2011, os FIIs movimentaram, em média R$ 3,3 milhões por dia. Em 2013, o número passou para R$ 20 milhões, média em que ficou até 2017.
De 2018 para cá houve um boom. No primeiro ano, o número passou a R$ 43,5 milhões, no segundo para R$ 118,3 milhões e, em 2020, para R$ 207,9 milhões.
Os fundos imobiliários que, em média, tiveram maior volume diário negociado em 2020 foram:
• XPLG11, de logística, volume financeiro médio diário de R$ 8,27 milhões
• HGLG11, de logística, com volume financeiro médio diário de R$ 7,450 milhões
• XPML11, de shoppings, com volume financeiro médio diário de R$ 7,11 milhões
• MXRF11, de TVM, com volume financeiro médio diário de R$ 6,684 milhões
• HGRU11, híbrido, com volume financeiro médio diário de R$ 6,606 milhões
Apesar do cenário de juros baixo levar os investidores aos fundos imobiliários, a distribuição de dividendos desses investimentos em 2020 foi a pior registrada nos últimos 10 anos. Em 2020, os Fundos Imobiliários distribuíram cerca de 5,09% em dividend yields.
Em 2019, eles haviam distribuído 7,27%. Na melhor taxa da década, em 2015, a media entre os proventos e a cotação dos fundos ficou em 10,80%.
O melhor resultado quanto à distribuição de dividendos entre os tipos de FIIs ficou com os fundos de papel, que investem em cotas de outros fundos. Os fundos que investem em shioppings e em logística, com a crise causada pelo novo coronavírus (covid-19), foram os mais afetados e o que menos distribuíram parte dos lucros aos acionistas.