Os investidores em fundos imobiliários estão um pouco apreensivos desde que a proposta que retira a isenção de imposto de renda dos rendimentos pagos mensalmente pelos FIIs foi apresentada. Mas apesar desse cenário, a Sequóia Properties levou adiante o termo de compromisso para a segunda emissão de cotas do FII SEQR11.
Os cotistas do SEQR11 irão votar sobre a emissão de 126.500 novas cotas a R$ 100 cada uma. Esse valor equivale a um prêmio de 29,7% em relação ao preço da cota ao final do pregão de ontem.
A distribuição com esforços restritos visa a aquisição de 50% do imóvel industrial MAGNA SAP, atualmente locado para a companhia canadense Magna.
O imóvel está localizado em Santo Antônio Patrulha, no Rio Grande do Sul. Vale destacar que o FII já detém 50% do imóvel, e agora pretende comprar a outra metade por R$ 12,65 milhões, cerca de R$ 2.141 por metro quadrado.
A Sequóia estima o cap rate da operação em 12,7% ao ano. Além disso, a aquisição deve impactar positivamente a distribuição de rendimentos futuros do fundo imobiliário. O FII espera, em média, um aumento de aproximadamente 3% na distribuição de dividendos.
Fábio Idoeta, CFO e DRI da Sequóia Properties disse ao SUNO Notícias que apesar da repercussão da reforma tributária no mercado de FIIs, ele está super otimista em relação a segunda emissão de cotas do SEQR11. Segundo ele, “é uma operação incontroversa, que cria valor de todas as formas para o investidores”.
Idoeta destaca que com a emissão, o valor e a diversificação do FII irão aumentar. Além disso, ele salientou que “a nossa operação vai aumentar o dividendo por cota para todos os cotistas”. “Quando a proposta for aprovada, a partir de agosto conseguiremos distribuir dividendos por cota acima do mercado atual”, projeta o executivo.
Ao comentar sobre o imóvel MAGNA SAP, Idoeta explica que o FII pretende comprar a outra metade pois é um imóvel de qualidade, muito bem construído e possui um locatário de boa qualidade.
Nesse sentido, a Sequóia Properties acredita que a aquisição irá agregar aos cotistas.
O executivo ainda lembrou que o contrato firmado com a companhia canadense é atípico e vence em dezembro de 2025. No entanto, ele conta que já estão conversando para estender o prazo por mais um ano.
É um erro que a proposta de taxação de rendimentos de FIIs passe
Idoeta comentou também sobre a proposta apresentada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, que retira a isenção de imposto de renda, um dos principais incentivos para o investimento em FIIs.
O CFO afirma que continua bastante otimista com o setor de fundos imobiliários, pois ele lembra que é apenas uma proposta. Ele destaca também que fundos imobiliários têm diversas outras vantagens além da isenção.
O executivo aponta também que nenhuma proposta de lei é aprovada da mesma forma que chega ao Congresso, e assim podemos esperar algumas mudanças no projeto. Apesar disso, Idoeta acredita que seria “um erro a proposta passar”, ou seja, ser aprovada
O CFO explica que os FIIs são investimentos em infraestrutura, algo que é necessário para o fomento da economia, “ao estimular esse investimento você estimula a economia e infraestrutura”, salienta.
Atualmente, a tributação de fundos imobiliários já existe na especulação, ou seja, na compra e na venda de cotas. Assim, Idoeto destaca que “o que é isento é a distribuição de dividendos, que é um benefício do investidor de longo prazo, erro é achar que investimento em FII é especulativo, quando na verdade é fomento na infraestrutura”.
Cotação do SEQR11
Por volta das 16h05 dessa sexta-feira (2), a cota do fundo imobiliário SEQR11 operava em alta de 5,02%, valendo R$ 81,00.