A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, ou Fiesp, passa por um conflito interno após a eleição de Josué Gomes da Silva. Na próxima semana, a expectativa é de que essa intriga um ‘novo capítulo’.
Representantes de 86 sindicatos conseguiram marcar para as 14 horas da próxima segunda-feira uma assembleia-geral para afastar o atual mandatário da Fiesp.
O movimento é um desdobramento de uma disputa que começou durante as eleições presidenciais.
Um observador do embate na Fiesp afirma que a queda de braço joga luz sobre os chamados “sindicatos de gaveta”, que têm pouca ou nenhuma representatividade, mas acabam sendo úteis para fins políticos. As assinaturas para a reunião partiram de sindicatos menores, com as grandes entidades ficando de fora.
Por trás do “levante” está Paulo Skaf, que comandou a Fiesp por 18 anos.
Pouco antes das eleições, a Fiesp foi signatária de uma carta a favor da democracia. O apoio ao documento foi visto como um aceno da instituição ao então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) – Josué é filho de José Alencar, vice nos dois mandatos anteriores do petista.
Após a divulgação da carta, Skaf, que não havia se posicionado no primeiro turno, se manifestou favorável à reeleição de Jair Bolsonaro (PL), que foi derrotado.
Maior e mais forte entidade empresarial do País, a Fiesp reúne 131 sindicatos filiados, divididos em 23 setores produtivos, que representam por volta de 150 mil empresas do Estado de São Paulo.
Impeachment na Fiesp
Para uma pessoa que acompanha a disputa, Josué estaria em uma situação difícil, e as chances de um impeachment são reais – é preciso metade dos votos dos filiados para afastar o presidente.
Ele, porém, não está parado: Josué é assessorado pelo jurista Miguel Reale Júnior para tentar encontrar brechas legais para barrar a tentativa de afastá-lo do cargo.
Um ponto que é analisado pela equipe do jurista é se a convocação para a assembleia cumpriu os prazos do estatuto da entidade.
O presidente da Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast), José Ricardo Roriz Coelho, disse que o movimento neste momento “está totalmente fora do razoável” e que “a entidade deveria estar convergente para se construir uma proposta de mais competitividade para a indústria”.
Procurada, a Fiesp não comentou o caso.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo