Os riscos da fusão entre a montadora francesa PSA (controladora da Peugeot) e a ítalo-americana Fiat Chrysler poderá pesar mais para os acionistas da francesa. A análise é do banco alemão, Deutsche Bank.
“Os acionistas da Peugeot estão assumindo todos os riscos, como o de implementar a reestruturação e o de gerenciar todas a complexidade de uma nova entidade, enquanto os acionistas da Fiat receberão um bom dividendo em troca de paciência”, disse o analista do banco Gaetan Toulemonde.
No final de outubro a Fiat e a cotroladora da Peugeot aprovaram um acordo preliminar de fusão.
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Os acionistas de cada empresa serão donos de 50% da nova montadora resultado da fusão. Os investidores da Fiat receberão um dividendo de 5,5 bilhões de euros (R$ 24,47 bilhões, aproximadamente). Já a PSA distribuirá sua participação na fabricante Faurecia SE, no valor de, aproximadamente, 3 bilhões de euros aos acionistas.
O conselho da montadora unificada será formado por 11 membros, sendo seis do PSA, incluindo o CEO Carlos Tavares, que irá liderar a nova companhia. O presidente da ítalo-americana, John Elkann, terá o mesmo cargo no grupo unificado. A sede da nova companhia será na Holanda, mesmo país onde a sede da Fiat está.
Negociações entre Fiat e a Renault
Antes da proposta com a PSA, a Fiat estava negociando uma combinação com a Renault. No entanto, o acordo não teve apoio do governo da França, que possui participação relevante na montadora francesa.
Se o acordo ocorresse, as duas empresas formariam a terceira maior montadora de automóveis do mundo, com 15 milhões de veículos vendidos por ano, resultando em um grupo formado com 50% de participação para cada lado.
O principal objetivo da fusão entre Fiat e a companhia francesa seria a união de forças para lidar com as dificuldades estruturais que o mercado global de automotivos tende a enfrentar no futuro.