Fiat Chrysler retira proposta de fusão com a Renault
O grupo Fiat Chrysler (FCA) informou que retirou sua oferta de fusão com a montadora francês Renault. A informação foi divulgada pelo jornal norte-americano “The Wall Street Journal”.
A Fiat Chrysler divulgou um comunicado na noite desta quarta-feira (5) anunciando sua decisão. A montadora ítalo-americana salientou que o acordo tinha sido pensado com “termos cuidadosamente equilibrados para oferecer benefícios substanciais a todas as partes”. Entretanto, segundo a FCA o governo francês foi o responsável pela não concretização do negócio.
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Uma reunião do Conselho de Administração da FCA em Londres, presidido por John Elkann, teria tomado a decisão de retirar a oferta.
“Tornou-se claro que as condições políticas na França não existem atualmente para que essa combinação prossiga com sucesso”, indica o comunicado da montadora.
No documento, a FCA agradeceu ao Grupo Renault, seu presidente, e as fabricantes Nissan e Mitsubishi.
Governo francês interferiu
A FCA teria desistido da fusão após o governo francês, que controla 15% do capital Renault, ter pedido para adiar a decisão sobre a união das empresas. O Executivo de Paris queria consultar a Nissan, montadora com quem a Renault tem aliança.
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Na quarta-feira (5) o Conselho de Administração da Renault realizou uma reunião de mais de seis horas. Após o encontro, a empresa divulgou um comunicado confirmando que continuava interessada no negócio. Entretanto, a montadora francesa salientou que “não pôde tomar uma decisão devido ao pedido expresso dos representantes do estado francês para adiar a votação para um conselho posterior”.
Por sua parte, o governo francês havia declarado apoio à fusão, mas somente caso a FCA se comprometesse em preservar empregos e locais industriais franceses, proteger a aliança com a Nissan e assinar um projeto europeu de fabricação de baterias.
E foi justamente a recusa dos conselheiros de administração da Nissan que levou a falência a operação. A montadora japonesa, que tem 15% do capital da Renault, destacou as preocupações já expressas nos últimos dias.
Entenda o caso
A proposta de fusão apresentada pela FCA representaria um negócio de US$ 35 bilhões. A união com a Renault criaria o terceiro maior produtor de automóveis do mundo, com 15 milhões de veículos vendidos por ano, resultando em um grupo formado com 50% de participação para cada lado.
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O principal objetivo da fusão entre Fiat e a Renault seria a união de forças para lidar com as dificuldades estruturais que o mercado global de automotivos deve enfrentar no futuro.