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Mercado de Fiagros cresce 262% em um ano, com R$ 21,3 bilhões em patrimônio  

Fiagros

Fiagros. Foto: Unsplash.

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) afirmou que a indústria de Fiagros (Fundos de Investimentos nas Cadeias Produtivas Agroindustriais) alcançou a marca de R$ 21,3 bilhões em patrimônio líquido ao final de 2023. Isso significa um aumento de 103% em comparação com o trimestre anterior (set/23) e um crescimento de 262% no ano. 

Considerando os 7 FIPs (fundos de investimento em participações) que migraram para Fiagro FIP no último trimestre, a marca supera os R$ 38 bilhões em patrimônio líquido.

“O agronegócio segue com crescimento acima da média, o que demonstra sua força no Mercado de Capitais. Até o final de dezembro de 2023, por exemplo, foram registrados 97 Fiagros Operacionais, o que representa um incremento de 21% em relação ao trimestre anterior e um crescimento de 106% no ano. Este crescimento tem sido constante e reflete as oportunidades desse mercado”, afirma David Menegon, Gerente de Securitização e Agronegócio da CVM. 

A categoria Fiagro Imobiliário representa 45% do patrimônio líquido total, mas no último trimestre, os Fiagros FIPs passaram a representar 44% desse total. Isso ocorreu devido à migração de sete fundos já existentes, que passaram de FIP para Fiagro FIP. O patrimônio líquido desses sete fundos migrados é de cerca de R$ 17 bilhões.

O mercado de Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA) também teve crescimento acima da média do mercado, em cerca de 35,8%. O patrimônio líquido alcançou R$ 130 bilhões em dezembro de 2023. 

Fiagro: qual a composição da carteira dos fundos?

Segundo a CVM, 12 fundos já têm mais de 15 mil cotistas. Além disso, 64% dos Fiagros concentram-se na faixa com até 5 mil cotistas. 

No que se refere a composição das carteira dos Fiagros, o CRI e CRA despontam como o principal ativo investido, cerca de R$ 11,3 bilhões em dez/23, correspondente a 55% do total investido, de R$ 20,5 bilhões. 

Os ativos mais investidos pelos Fiagros são: CRI/CRA (55%), Bens Imóveis (16%) e Direitos Creditórios (15%). 

As debêntures são os instrumentos mais utilizados como Lastro na estruturação dos CRAs (R$ 49,7 bilhões) em dez/23, representando 38% do lastro em estoque.

O IPCA continua sendo o principal índice de remuneração utilizado (61% das emissões). 

Fiagro: o que o investidor precisa analisar na hora de investir ?

Os Fiagros são, em sua maioria, perfis de FII expostos ao risco de crédito. Por isso, diz Amanda Coura, analista da Suno Asset, é importante que o investidor compreenda o perfil de risco dessas operações, observando critérios como diversificação, composição de garantias e perfil dos devedores.

Em relatório recente, a Guide aponta que o cenário de risco de quebra de safra faz com que fundos muito concentrados em alguma região ou cultura ofereçam maior risco. Portanto, a gestora recomenda que as melhores opções são fundos maiores, mais diversificados, tanto em termos geográficos como em termos de indexadores e produtos agrícolas envolvidos.

Vitor Duarte, CIO da Suno Asset, destaca que é importante os investidores avaliarem os ativos que os fundos carregam, relacionando as taxas com o grau de risco. Ele ressalta que uma taxa mais alta está associada a um maior risco e aconselha a escolha de fundos que possam lidar bem com períodos de turbulência. Duarte menciona que alguns Fiagros enfrentaram problemas com Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs) devido à compra excessiva de risco, enquanto os Fiagros mais conservadores se saíram melhor durante a crise

Retorno dos Fiagros

De acordo com Coura, o retorno do veículo deve ser condizente com o perfil de risco da carteira (high yield / risco elevado ou high grade / menos arriscado). Sendo que um retorno consistente traz menor volatilidade para a posição.

“Então, para valer a pena o investidor correr esse risco mais elevado, o fundo teria que pagar um retorno maior”, cita Coura.

Coura cita o SNAG11, Fiagro da Suno, como exemplo. Atualmente, o desempenho do SNAG11 continua a superar tanto o índice IPCA + 7% (com uma margem de 3,97%) quanto o IPCA + IMA-B (com uma margem de 5,23%), mantendo-se 2,66% acima do IFIX.

Liquidez

Outro ponto é a liquidez do fundo no mercado secundário, critério essencial para que o investidor consiga montar posições, manter a dinâmica de reinvestimento e até mesmo ter uma “saída” rápida em momentos de necessidade.

Perfomance

A analista da Suno Asset também alerta que é importante comparar o retorno de diferentes períodos, não apenas de um mês, para analisar o desempenho histórico. “Busque comparar com outros fundos de risco e perfil semelhante, além de um indexador de mercado compatível com a carteira de ativos.

Time de Gestão

Por fim, um time de gestão que entenda do setor agro é fundamental para garantir uma busca constante por ativos de qualidade e uma gestão eficiente da carteira. Isso inclui análises robustas de crédito e informações completas e profundas sobre as teses de investimento.

Conforme relata Coura, um dos pilares da Suno Asset é a transparência. Nos relatórios gerenciais, a gestora busca trazer todo detalhamento da carteira, citando as operações e estratégias de diversificação envolvidas.

“Isso traz segurança para o investidor, que conhece realmente no que está investindo. Além disso, do pilar de transparência, o time de gestão desenha as operações aqui do zero, avaliando todos riscos que estão sendo colocados dentro da carteira do fundo, de olho na estabilidade de rendimentos”, explica Coura.

SNAG11 tem melhor risco/retorno do segmento

O SNAG11 aparece com a melhor relação entre risco e retorno dos 10 maiores Fiagros da história em patrimônio, considerando as métricas do Índice de Sharpe calculadas pela Economática.

Fiagro SNAG11 registrou um Sharpe de 0,71, superando em 57,78% o segundo colocado, RURA11, quando foram calculadas a métrica em 2023.

Além disso, dados da Agro Score da Serasa Experian, que indicam a probabilidade de inadimplência de um produtor rural pessoa física, mostram que o fundo manteve equilíbrio sólido entre risco e retorno. Cerca de 85,4% do portfólio do Fiagro tem um risco ESG baixo. 

O SNAG11 é o primeiro Fiagro híbrido do Brasil, resultado de uma parceria com a Boa Safra Sementes (SOJA3). O fundo tem uma gestão ativa que busca investir de forma ampla nas cadeiras do agronegócio. Assim, a política de investimento do fundo permite que ele explore atividades de natureza imobiliária e também as atividades associadas à produção do setor. O começo das atividades foi em julho de 2022.

Desde então, a liquidez do SNAG11 chegou a ser uma das maiores entre os fundos desse tipo, com um crescimento relevante de seu valor patrimonial em R$ 502,9 milhões. Atualmente, esse que é um dos principais Fiagros do mercado, tem mais de 70 mil cotistas.

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