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Fiagros em 2024: questões climáticas podem impactar os papéis? Confira visão de analistas

Veja os 5 Fiagros que mais pagaram dividendos em 2022

Agronegócio. Foto: Unsplash

O agronegócio vivenciou uma erosão nas margens dos produtores nesses últimos dois anos. Questões climáticas, o câmbio e as tensões geopolíticas ao redor do mundo encareceram os custos dos insumos, estoques e transporte, gerando incerteza para os Fiagros.

Para 2024, o setor segue em alerta com o clima. O fenômeno El Niño deve manter sua influência nas chuvas até meados de abril – com mais ou menos intensidade, podendo causar mais impactos negativos nas safras.

Já para a estação de inverno, existem possibilidades de haver o retorno do fenômeno La Niña, constatando-se que os períodos climáticos neutros estão cada vez mais raros.

O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) divulgou, no final de 2023, um estudo que mostrou o avanço da intensidade dos fenômenos climáticos no Brasil, apontando que o número de dias com ondas de calor passou de sete para 52 em 30 anos. Além disso, o número de dias consecutivos de seca nas regiões Norte e Nordeste do Brasil subiu de 80 a 85 dias até os anos 1990, para cerca de 100 dias até 2020.

Diante desse cenário cada vez mais comum, a agricultura vem trabalhando para se adaptar. Segundo o analista da Levante, João Abdouni, a expectativa é que o Brasil tenha uma menor safra de soja por conta de chuvas no Mato Grosso. O número deve cair de 155 milhões de toneladas para algo entre 150 e 153 milhões de toneladas, o que deve ser parcialmente compensado pela Argentina.

“Os preços das commodities estão estáveis, Neste sentido o impacto até o momento na inflação está controlado. Para o PIB, podemos ter efeitos compensados com o aumento da produção de petróleo, por exemplo, mas o crescimento do PIB agro não deve ajudar como foi nos últimos anos. O crescimento fica por conta do mercado interno”, afirmou o analista.

Fiagros e o clima

Os Fundos de Investimento das Cadeias Produtivas Agroindustriais (Fiagros), classe de ativos que está conquistando cada vez mais investidores, justamente por serem bons pagadores de dividendos, não devem sofrer grandes revezes em 2024, mesmo com as ameaças climáticas.

Segundo os analistas ouvidos pela reportagem, a perspectiva é positiva para os Fiagros em 2024.

Para Guilherme Danelli, sócio-diretor de Investment Banking da Bloxs Capital Partners, o otimismo com esses papéis se dá uma vez que hoje em dia já existem muitas formas de se mitigar as perdas e acompanhar as safras que compõem um fundo.

“Existe esse fator de atenção para o clima, no entanto, hoje já existem inúmeras formas dessas ameaças serem mitigadas. Por exemplo, utilizando geolocalização, montando operações em várias regiões do país, diversificação de culturas, seguro-safra, monitoramento via softwares de agrotecs e climatecs, que estão ganhando mercado, além das tecnologias de infraestrutura, como irrigação e instalações que permitem plantar independente do clima, e assim controlar as adversidades”, afirmou Danelli.

Na opinião de Vitor Duarte, CIO da Suno Asset, a questão do clima é de extrema importância, já que em toda a cadeia do agro, produtores de diferentes culturas dependem desse fator. A questão climática, que já mudou o padrão das chuvas e atrasou o plantio de soja da safra atual, pode também trazer problemas aos agricultores que trabalham mais alavancados. No entanto, a menor taxa de juros tende a também gerar uma menor inadimplência, acrescentou.

Duarte ressaltou também que, como qualquer outro investimento, o investidor precisa se ater a diversos detalhes antes de escolher um Fiagro para colocar o seu dinheiro.

“O investidor deve olhar o relatório gerencial do produto, checar a carteira, ver se a carteira tem monitoramento com softwares de agro, por exemplo, que disponibilizam imagem de satélite, podendo monitorar tudo, a produtividade, plantio, colheita, etc…”, alertou Duarte.

Ainda segundo ele, quanto maior for a transparência, mais qualidade tende a ter a carteira, pois consegue-se monitorar questões em tempo real: alertas climáticos, desmatamento, denúncia de trabalho análogo à escravidão, entre outros.

“Esses são alguns exemplos de uma vasta lista de indicadores que precisam constar no relatório gerencial, pois quanto mais transparente ele for, mais fácil fica para o investidor”, completou.

Por fim, Duarte aponta que, apesar da diversificação ser recomendada em qualquer investimento, ela deve ser acompanhada com bastante cautela.

“O investidor precisa escolher os Fiagros que se alinhem com seu perfil. Existem, por exemplo, Fiagros imobiliários – para o perfil que está buscando médio longo prazo e renda mensal, Fiagro Fipe – de liquidez mais baixa…E entender o que cada Fiagro oferece. Por isso, a depender do investidor, cada Fiagro vai atender de uma melhor maneira”, finalizou.

O que são Fiagros?

Fiagro é um fundo de investimento que investe em cadeias produtivas da agroindústria, assim como em imóveis relacionados ao setor.

Desta forma, os Fiagros conseguem explorar tanto as atividades de natureza imobiliária, quanto as que estão relacionadas à área de produção da agroindústria.

Criados em 2021, os Fiagros oferecem aos investidores a oportunidade de se envolver em um dos setores fundamentais da economia brasileira: o agronegócio. Desde sua introdução, esses fundos conquistaram os investidores, emergindo como uma alternativa capaz de proporcionar retornos superiores à taxa do CDI.

Os Fiagros podem investir em:

SNAG11

SNAG11 – SUNO AGRO – FIAGRO-IMOBILIÁRIO é um fundo com objetivo de investir de modo amplo nas cadeias do Agronegócio, explorando tanto atividades de natureza imobiliária quanto as relacionadas à produção do setor.

Esta é uma maneira simples e acessível para qualquer pessoa investir no agronegócio, sem precisar desembolsar grandes quantias e nem que seja necessário sair de casa para isto.

O fundo possui gestão ativa para busca de oportunidades e alocação da carteira, com foco no pagamento de rendimentos mensais aos cotistas.

Segundo sua política de investimento, o SNAG11 pode investir em CRAs (Certificados de Recebíveis do Agronegócio) e LCA (Letras de Crédito do Agronegócio), Imóveis Rurais, Sociedades que explorem atividades da cadeia do Agronegócio além de CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários) e cotas de fundos que estejam relacionados com o setor Agro.

Ao seguir essa política, o fundo tem como objetivos fundamentais para seus investidores no longo prazo:
(i) auferir rendimentos advindos dos Ativos Alvo investidos, e
(ii) proporcionar ganho de capital a partir da negociação dos Ativos Alvo.

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