Fiagro XPAG11, da XP Asset, levanta R$ 240 milhões

O Fiagro XPAG11, da XP Asset, levantou R$ 240 milhões, 20% acima da oferta base. De acordo com o Pipeline, são 3,5 mil cotistas. Este é o primeiro Fiagro da XP a ser negociado em balcão.

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Em entrevista ao Pipeline, do Valor Econômico, André Masetti, gestor de fundos estruturados da XP Asset, afirmou que o cenário do agronegócio brasileiro atrai muitos investidores e que necessita de mais fontes de financiamento.

Ele aponta que os Fiagros, criados e desenvolvidos recentemente, já possuem muita procura e superam os R$ 3,5 bilhões de ativos geridos em mais de 20 fundos.

O gestor também ressalta que um dos motivos para alta atratividade de investidores é que os ativos atrelados ao agronegócio geralmente ficam descolados dos demais ativos do mercado local — uma vez que o país é um grande exportador de commodities agrícolas.

O XPAG11 vai buscar retorno de CDI mais 4% ao ano, aplicando em CRAs com exposição a produtores rurais, agroindústria, e cooperativas, enquadrado na categoria de Fiagro Imobiliário.

Em novembro do ano passado, a XP lançou seu primeiro Fiagro, o XPAC11, negociado na B3 (B3SA3). A rentabilidade do fundo é de 18% ao ano, o que garante a competitividade contra a migração de capital para renda fixo.

“Os nossos fundos da estratégia agro estão entregando bons retornos. Pretendemos crescer a estratégia de crédito agro dentro da XP Asset, aproveitando o bom apetite dos investidores e principalmente do setor”, diz Masetti, ao jornal.

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Fiagro: 98% dos investidores são pessoas físicas, aponta B3 (B3SA3)

Segundo dados oficiais da B3 (B3SA3), 98% dos investidores de Fiagro, o Fundo de Investimento em Cadeias Agroindustriais, são pessoas físicas. Até então foram R$ 2,4 bilhões de aportes no ativo, lançado em outubro de 2021.

A média do valor investido é de R$ 20 mil e, além disso, desde que o Fiagro foi lançado oficialmente, o número de investidores cresceu 419%.

Para efeito comparativo, foram R$ 2 mil de média investidos em Exchange-Traded Funds, os ETFs – outro investimento relativamente popular com o público de pessoa física. No caso do investimento em Fiagro, um dos atrativos é a isenção de imposto de renda.

Contudo, esse crescimento do ativo ocorre em linha com um outro investimento similar, o de Fundos Imobiliários, ou FIIs – que crescem desde meados de 2018 e também possuem predominância das pessoas físicas, que são 74% do número total de investidores, de 1,6 milhão.

Segundo a XP Investimentos, até 2025 o mercado de Fiagro deve chega a R$ 75 bilhões, dando continuidade ao crescimento sucessivo.

Para a corretora, essa ascensão dos Fiagros deve aproximar o agronegócio do investidor, já que atualmente o segmento representa cerca de 2,6% do valor de mercado da Bolsa local, enquanto corresponde a quase 30% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil.

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Já em janeiro esse crescimento era perceptível, com oito fundos listados (excluindo FIDC e FIP) ao fim do mês, um acréscimo de 60% em comparação ao fechamento de 2021. O primeiro Fiagro a ter suas cotas listadas foi o da Riza Asset (RZAG11), em outubro do ano passado.

Segundo levantamento da Secretaria de Política Econômica (SPE), os Fiagros também oferecem “oportunidade para que pequenos investidores aportem seus investimentos e usufruam de um dos setores de maior crescimento da economia brasileira“.

Além disso, a pasta frisa que o ativo tem segurança jurídica para aumentar a participação de estrangeiros no financiamento do agronegócio no Brasil.

“Os Fiagros representam novos potenciais gestores com recursos e expertise na área por meio da gestão profissional dos fundos e que podem criar valor pelo investimento na melhoria da terra e sua posterior revenda/arrendamento”, diz o documento.

Para constar como ativos no Fiagro, os imóveis precisam estar totalmente legalizados, de modo que a tendência é de que haja melhoria na gestão do campo.

Em documento, o Ministério da Economia ressalta que, conforme projeções da USDA, órgão de inteligência agropecuária dos Estados Unidos, o Brasil terá que elevar sua produção agropecuária em 41% nesta década para que os preços dos alimentos se mantenham em patamares compatíveis com a segurança alimentar no mundo.

Com isso, “o crédito rural configura-se como uma ferramenta indispensável à consecução desse objetivo”. E o Fiagro possibilita o aporte de investidores estrangeiros nesses ativos financeiros.

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Victória Anhesini

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