Fiagro: 98% dos investidores são pessoas físicas, aponta B3 (B3SA3)
Segundo dados oficiais da B3 (B3SA3), 98% dos investidores de Fiagro, o Fundo de Investimento em Cadeias Agroindustriais, são pessoas físicas. Até então foram R$ 2,4 bilhões de aportes no ativo, lançado em outubro de 2021.
A média do valor investido é de R$ 20 mil e, além disso, desde que o Fiagro foi lançado oficialmente, o número de investidores cresceu 419%.
Para efeito comparativo, foram R$ 2 mil de média investidos em Exchange-Traded Funds, os ETFs – outro investimento relativamente popular com o público de pessoa física. No caso do investimento em Fiagro, um dos atrativos é a isenção de imposto de renda.
Contudo, esse crescimento do ativo ocorre em linha com um outro investimento similar, o de Fundos Imobiliários, ou FIIs – que crescem desde meados de 2018 e também possuem predominância das pessoas físicas, que são 74% do número total de investidores, de 1,6 milhão.
Segundo a XP Investimentos, até 2025 o mercado de Fiagro deve chega a R$ 75 bilhões, dando continuidade ao crescimento sucessivo.
Para a corretora, essa ascensão dos Fiagros deve aproximar o agronegócio do investidor, já que atualmente o segmento representa cerca de 2,6% do valor de mercado da Bolsa local, enquanto corresponde a quase 30% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil.
Já em janeiro esse crescimento era perceptível, com oito fundos listados (excluindo FIDC e FIP) ao fim do mês, um acréscimo de 60% em comparação ao fechamento de 2021. O primeiro Fiagro a ter suas cotas listadas foi o da Riza Asset (RZAG11), em outubro do ano passado.
Segundo levantamento da Secretaria de Política Econômica (SPE), os Fiagros também oferecem “oportunidade para que pequenos investidores aportem seus investimentos e usufruam de um dos setores de maior crescimento da economia brasileira“.
Além disso, a pasta frisa que o ativo tem segurança jurídica para aumentar a participação de estrangeiros no financiamento do agronegócio no Brasil.
“Os Fiagros representam novos potenciais gestores com recursos e expertise na área por meio da gestão profissional dos fundos e que podem criar valor pelo investimento na melhoria da terra e sua posterior revenda/arrendamento”, diz o documento.
Para constar como ativos no Fiagro, os imóveis precisam estar totalmente legalizados, de modo que a tendência é de que haja melhoria na gestão do campo.
Em documento, o Ministério da Economia ressalta que, conforme projeções da USDA, órgão de inteligência agropecuária dos Estados Unidos, o Brasil terá que elevar sua produção agropecuária em 41% nesta década para que os preços dos alimentos se mantenham em patamares compatíveis com a segurança alimentar no mundo.
Com isso, “o crédito rural configura-se como uma ferramenta indispensável à consecução desse objetivo”. E o Fiagro possibilita o aporte de investidores estrangeiros nesses ativos financeiros.
Fiagro está disponível a partir de R$ 10
O esforço de crescimento também leva em consideração o aumento de ativos mais acessíveis.
Em março deste ano, o fundo do Itaú Asset (RURA11) passou a ser negociado por investidores em geral no mercado secundário da B3, já como o maior Fiagro do País em volume e número de cotistas. Foram subscritas 59,99 milhões de cotas, ao preço de R$ 10,00 por cota.
Em sua oferta inicial, o Fiagro RURA11 conseguiu captar acima do montante estimado de R$ 500 milhões. A emissão de cotas atingiu o lote adicional de 20% e somou uma arrecadação de R$ 600 milhões – uma das maiores desde que o produto fiagro foi lançado pela B3.
Ao todo, 5,1 mil cotistas participaram da oferta do RURA11, de modo que o fundo também conquistou o posto de fiagro com o maior número de cotistas da Bolsa.
Sob a gestão do Itaú Asset, o Fiagro RURA11 é um “fundo de papel“, que investe no cadeia produtiva do agronegócio por meio de ativos de crédito privado. O fundo irá trabalhar com ativos como CRAs, LCAs, LCIs e CRIs, além de cotas de FIDCs, FIIs e Fiagros.
Com pouca volatilidade, o Fiagro está cotado atualmente a R$ 10,35 por cota, segundo dados do fechamento desta sexta-feira (13).