Em sua primeira emissão de cotas, o Fiagro Asatala (KJNT11), da Kijani Investimentos, conseguiu superar a oferta inicial de R$ 200 milhões e captar R$ 240 milhões, com um aumento de 20% do volume e exercício do lote adicional.
O Fiagro da Kijani nasceu em uma oferta pública, para os investidores em geral, mas não foi listado na B3 (B3SA3). Está disponível apenas no Mercado de Balcão. De acordo com Bruno Santana, fundador da Kijani, o cenário do mercado não está favorável o suficiente para uma listagem em Bolsa. O executivo afirma que a listagem deve vir, mas não no curto prazo.
A decisão da gestora parece ter sido acertada, já que a busca pelas cotas do Fiagro KJNT11 superaram a demanda e a expectativa: a captação se limitou a R$ 240 milhões, mas a procura alcançou R$ 360 milhões. É um movimento que não tem sido visto nos Fiagros listados em Bolsa.
“Estamos muito felizes com a alta demanda pelo nosso fundo. Não foi possível atender toda a procura do mercado para nos mantermos fiéis à nossa estratégia de alocação de recursos, mas o resultado deixa explícito o desejo de investidores por opções de investimento no agronegócio”, explica Santana.
Para ele, um dos motivos que impulsionou a demanda pelo Fiagro da Kijani é o fato de a gestora ser 100% voltada ao agronegócio. A Kijani Investimentos trabalha com fundos lastreados em terras e títulos do setor agro e também opera na aquisição de participações em empresas ligadas ao campo.
“Investidor comum valoriza uma gestão especializada no segmento e também um time de especialistas do mercado que conheça profundamente toda cadeia do agronegócio nacional”.
Essa valorização pode ser observada nos números da emissão de cotas do KJNT11. Ao todo, foram subscritas 24 milhões de cotas do fundo, pelo preço de R$ 10,00, das quais 23,83 milhões ficaram nas mãos de pessoas físicas. As 168,96 mil cotas restantes ficaram entre 7 pessoas jurídicas.
Alocação de portfólio e diversificação para o Fiagro
O Fiagro da Kijani é um “fundo de papel“, focado em títulos de renda fixa ligados ao agronegócio. O objetivo de Bruno Santana é que a totalidade dos recursos arrecadados com a primeira emissão de cotas esteja 100% alocado nos primeiros 90 dias do KJNT11.
Santana prevê que a rentabilidade do Fiagro para o primeiro ano seja de CDI+3% ao ano. “Claro que é um valor indicativo, mas temos elementos para crer que conseguimos entregar”, diz o fundador da Kijani.
O executivo diz que o portfólio alvo foi pensado para o Fiagro: a gestão busca diversificação geográfica e de lastros de crédito.
Para minimizar o risco geográfico, a Kijami vai buscar alocar recursos em safras nas principais localidades do País, visando ter investimentos em quase todas as regiões. Já na cadeia do agronegócio também não deve haver concentração de investimentos em nenhum setor.
O objetivo é investir na cadeia primária, também em insumos e na produção de alimentos. “Nosso porfólio alvo não tem repetição ou concentração de setor. Buscamos a diversificação para oferecer mais segurança”, diz Santana.
O fundador da gestora ressalta ainda que o foco do Fiagro KJNT11 deve ser em opções de investimentos em empresas de médio porte (middle market) do agronegócio nacional, pela facilidade de acompanhamento e contato, além do incentivo oferecido para a cadeia do agronegócio.