Na terça-feira (11), a Fundação Getulio Vargas (FGV) lançou o IVAR – Índice de Variação de Aluguéis Residenciais. Trata-se do novo indicador da instituição para o mercado imobiliário.
O IVAR tem como objetivo medir a evolução mensal dos valores de aluguéis residenciais do País com base em dados coletados de contratos assinados por inquilinos e locatários de quatro capitais:
- Rio de Janeiro,
- São Paulo,
- Porto Alegre e
- Belo Horizonte.
Segundo a FGV, o indicador irá medir a evolução dos preços e preencher uma lacuna nas estatísticas nacionais nesse nicho. Atualmente, o IGP-M – também da FGV – é o índice mais comum nos contratos de aluguel — contudo, em 2021 ele acumulou alta de 17,78% e, em 2020, de 23,14%, o que gerou problemas para muitos inquilinos e proprietários durante a pandemia.
Para atender essa demanda, o IVAR utiliza valores negociados dos aluguéis em vez de dados de anúncios como base de cálculo. Fazem parte dados como os valores dos contratos novos e dos reajustes de contratos existentes, além das características de cada imóvel.
O IVAR terá divulgação mensal e passa a integrar já em janeiro o calendário fixo de divulgação dos índices, indicadores e sondagens do FGV IBRE.
IVAR já tem primeira divulgação, referente a dezembro de 2021
Em sua primeira divulgação, na terça (11), o IVAR apresentou desacelaração e subiu 0,66% em dezembro de 2021, ante alta de 0,79% calculada em novembro.
Com o resultado, o indicador de aluguel acumula variação negativa de 0,61% em 12 meses, fechando 2021 em queda.
Paulo Picchetti, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (IBRE) e responsável pela metodologia do IVAR, destaca que a perda do poder de compra e do emprego durante a pandemia explicam a queda acumulada do índice em doze meses.
Na passagem de novembro para dezembro, o índice desacelerou em duas das cidades de maior peso: São Paulo, os preços caíram de 0,78% para 0,48%; e Rio de Janeiro, foi de 1,46% para 1,03%.
Já em Belo Horizonte e Porto Alegre o movimento foi de alta, com avanços de 1,00% para 1,17% e de 0,27% para 0,43%, respectivamente.
O IVAR conta com dez mil contratos por mês nessas quatro capitais atualmente, enviados diretamente pelas empresas administradoras de imóveis. O objetivo é aumentar o alcance para outras localidades, para isso, a expectativa é que, com o tempo, novas imobiliárias e entidades apareçam dispostas a compartilhar as informações, compondo amostras mais robustas para incluir mais cidades no levantamento.