A atividade econômica do Brasil registrou um contração de 7% em abril, segundo dados do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV).
Conforme informações da primeira prévia divulgada do Índice de Atividade Econômica (IAE),o impacto da pandemia do novo coronavírus resultou na queda recorde na série histórica, ante o mês anterior. Em março, a atividade econômica já havia sofrido parte dos efeitos da paralisação da atividades, com um recuo de 4,6%, na relação mensal.
O indicador também apresentou uma baixa de 10,9%, outro recorde na comparação com o mesmo período de 2019. No acumulado desde o mês de fevereiro até abril, houve uma queda de 5%, em relação aos três meses anteriores. A atividade econômica no País no trimestre encerrado em abril registrou um recuo de 3,7%, ante mesmo período de 2019.
Os números negativos são reflexos das atividades industriais e de serviço, quais registraram as maiores quedas interanuais desde o começo da série histórica, nos anos 2000.
Ainda há uma incerteza muito grande, diz FGV
O tombo no mês de abril pode ter marcado o pior momento para a atividade econômica brasileira nesta crise, no entanto ainda é cedo para apontar uma retomada, segundo a economista do Ibre-FGV, Renata Mello Franco.
“Não esperamos um aprofundamento da queda de abril. Mas ainda há uma incerteza muito grande” sobre a economia, salientou a economista.
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Franco destacou que o setores que mostraram maior queda foram aqueles relacionados ao nível de confiança de empresas e famílias. Dessa forma, integram esse segmento as produtos como máquinas, equipamentos, móveis e eletrodomésticos, bem como a indústria automotiva que registrou um tombo de mais de 90% na produção com as fábricas paralisadas.
Dessa forma, as incertezas que permeiam as decisões de investimento das empresas devem continuar. “São produtos que dependem de certeza de renda, de previsibilidade. A queda de produção desses itens também afeta outras partes da indústria. Por isso, o desempenho do mercado de trabalho vai ser importante para saber como vai ser seu desempenho”, afirmou a economista da FGV.