O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, declarou nesta quinta-feira (28) que os membros da autoridade monetária entendem que a ferramenta política monetária não está esgotada.
Para o economista, recorrer a outros instrumentos antes mesmo de consumir a ferramenta, pode acabar criando um prejuízo para a credibilidade da autarquia federal, o que seria ainda pior segundo Campos Neto.
O presidente da autoridade monetária pontuou ainda que não se sabe o ponto exato do lower bound, o nível de juros inferior do qual a política monetária perde a eficácia para estimular a economia. Os membros do Comitê de Política Monetária (Copom) também divergem sobre esse patamar.
O economista havia afirmado na última segunda-feira (25) que era recomendada cautela na política monetária no País. De acordo com o diretor, um dos fatores de risco é o alto endividamento público, o que fez com que houvesse aumento nos juros de cinco anos, sobretudo para os países de dívida mais elevada, como Brasil e África do Sul.
Campos Neto vê dados melhores das contas externas
Além disso, o economista admitiu nesta quinta-feira que estava preocupado com os resultados das contas externas. Campos Neto afirmou, no entanto, que é possível ver dados melhores.
O presidente da autarquia federal salientou ainda que, da mesma maneira, o mercado também os enxergaria. O equilíbrio dos fluxos veio como a autoridade monetária entendia que deveria acontecer, pontuou.
Saiba mais: Campos Neto: é recomendada cautela na política monetária
Campos Neto acrescentou que a autoridade monetária tinha conhecimento que em determinados momentos teria de realizar intervenções, na medida que o real se deslocava de outras moedas estrangeiras e que, atualmente, o prêmio de risco está atrelado à questão fiscal.