Ferbasa (FESA4): herdeiro se envolve em disputa bilionária por controle, diz jornal; empresa responde

Uma disputa na Justiça pelo controle acionário movimenta os bastidores da Ferbasa (FESA4), segundo informações do site Pipeline, do Valor Econômico. São ações da companhia doadas à Fundação José Carvalho.

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A reportagem do site diz que a “briga corporativa entre família” envolve José Eduardo de Carvalho, 62 anos, filho do fundador da Ferbasa que diz não ter herdado a posição acionária de seu pai.

Atualmente a Ferbasa vale R$ 4,5 bilhões. A Fundação José Carvalho é dona de 50,1% da companhia, com 98,8% das ordinárias (FESA3). O restante fica com acionistas de posição minoritária na empresa, como os fundos Blackrock, Kadima, Vanguard, Trigono. José Eduardo, por sua vez, não possui nenhuma.

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De acordo com o Pipeline, o filho tem dois processos na Justiça, contestando a legalidade da doação feita à Fundação há quase 50 anos e pedindo por sua nulidade.

O processo alega que a transação ocorreu acima do que é previsto pela legislação — limite de 50% do patrimônio –, conforme o artigo 549 do Código Civil.

Nos autos do processo, é dito que houve uma “verdadeira ginástica societária para driblar a legislação”. Os papéis não foram diretamente transferidos para a Fundação, dizem os advogados, mas repassadas para subsidiárias (Crumita e Jacurici) com aumento de capital e cancelamento de ações.

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O Pipeline apurou que o valor da causa é de R$ 1,77 bilhão, mas um dos laudos anexados ao processo indica transferência de R$ 800 milhões em ativos do fundador.

A reportagem do site lembra que José Eduardo e o pai, de mesmo nome, nunca tiveram relação harmoniosa e que a situação piorou depois da morte da irmã Denise, em acidente de carro ocorrido em 1987. Ela era cotada para suceder o fundador da empresa, segundo o irmão. O Pipeline informa ainda que o pai morreu em 2015, ano em que o filho obteve informações sobre a situação financeira e fiscal da Ferbasa, além do testamento.

Em documento enviado à Comissão de Valores Imobiliários (CVM) na noite desta quarta (12), a Ferbasa respondeu a reportagem do Valor dizendo que desconhece o processo citado pelo jornal.

“Em que pese a Ferbasa desconheça o teor da referida disputa, manifesta total confiança na improcedência das alegações retratadas pelo veículo. De todo modo, caso seja confirmado o efetivo ajuizamento da aludida demanda, a Companhia, se e quando for citada, adotará as medidas necessárias para a defesa dos seus interesses. Por fim, a Ferbasa informa que eventuais conflitos de terceiros com sua controladora constituem assunto alheio à Companhia” afirmou.

Última cotação da Ferbasa

As ações preferenciais da Ferbasa encerraram o pregão desta quarta em alta de 4,06%, cotadas ao preço de R$ 49,43. No acumulado dos últimos 12 meses, os papéis da companhia dispararam em direção contraria ao restante da bolsa e alcançaram alta de 120,67%, próximas de sua máxima histórica.

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Bruno Galvão

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