A Ferbasa (FESA4) divulgou nesta segunda-feira (18) que vai pagar R$ 129,5 milhões em dividendos aos seus acionistas, aprovados em Assembleia Geral Ordinária (AGO).
Os dividendos serão divididos da seguinte forma:
- R$ 42,7 milhões em dividendos obrigatórios mínimos, referentes ao exercício de 2022; e
- R$ 86,7 milhões em dividendos adicionais, com base nos recursos provenientes do saldo da reserva de lucro para investimento de exercícios anteriores de 2021.
Há divisão ainda por data de pagamento dos dois tipos de rendimentos:
- Para os obrigatórios, serão pagos R$ 0,4719 por ação ordinária e R$ 0,5191 por ação preferencial, no dia 29 abril.
- Para os adicionais, o valor por ação ordinária é de R$ 0,9573 e, por preferencial, R$ 1,053, no dia 12 de maio.
Apenas os investidores com ações da Ferbasa no dia 26 de abril terão direito de receber os rendimentos. A partir de 27 de abril, as ações serão negociadas sem direito aos dividendos.
Dividendos da Ferbasa
- Valor total: R$ 129,5 milhões
- Valor por ação: R$ 3,00161816159 (soma total)
- Data de corte: 26 de abril
- Data do pagamento: 29 de abril e 12 de maio.
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Ferbasa (FESA4): herdeiro se envolve em disputa bilionária por controle; empresa responde
Uma disputa na Justiça pelo controle acionário movimenta os bastidores da Ferbasa (FESA4), segundo informações do site Pipeline, do Valor Econômico. São ações da companhia doadas à Fundação José Carvalho.
A reportagem do site diz que a “briga corporativa entre família” envolve José Eduardo de Carvalho, 62 anos, filho do fundador da Ferbasa que diz não ter herdado a posição acionária de seu pai.
Atualmente a Ferbasa vale R$ 4,5 bilhões. A Fundação José Carvalho é dona de 50,1% da companhia, com 98,8% das ordinárias (FESA3). O restante fica com acionistas de posição minoritária na empresa, como os fundos Blackrock, Kadima, Vanguard, Trigono. José Eduardo, por sua vez, não possui nenhuma.
De acordo com o Pipeline, o filho tem dois processos na Justiça, contestando a legalidade da doação feita à Fundação há quase 50 anos e pedindo por sua nulidade.
O processo alega que a transação ocorreu acima do que é previsto pela legislação — limite de 50% do patrimônio –, conforme o artigo 549 do Código Civil.
Nos autos do processo, é dito que houve uma “verdadeira ginástica societária para driblar a legislação”. Os papéis não foram diretamente transferidos para a Fundação, dizem os advogados, mas repassadas para subsidiárias (Crumita e Jacurici) com aumento de capital e cancelamento de ações.
O Pipeline apurou que o valor da causa é de R$ 1,77 bilhão, mas um dos laudos anexados ao processo indica transferência de R$ 800 milhões em ativos do fundador.
A reportagem do site lembra que José Eduardo e o pai, de mesmo nome, nunca tiveram relação harmoniosa e que a situação piorou depois da morte da irmã Denise, em acidente de carro ocorrido em 1987. Ela era cotada para suceder o fundador da empresa, segundo o irmão. O Pipeline informa ainda que o pai morreu em 2015, ano em que o filho obteve informações sobre a situação financeira e fiscal da Ferbasa, além do testamento.
Cotação
No pregão de hoje, a cotação das ações preferenciais da Ferbasa subiu 0,78%, cotada a R$ 44,16. No ano, o papel acumula baixa de 8,84%.
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