As previsões econômicas do Federal Reserve (Fed), bem como a decisão de política monetária, que devem ser divulgadas na próxima quarta-feira (16), não devem facilitar a previsão sobre a nova abordagem da autoridade monetária para definir as taxas de juros.
O novo sistema do Fed projeta uma reação mais branda ao progresso da inflação em comparação com 2019. Contudo, essa nova estrutura só deverá ser testada no futuro.
O mercado não espera que o Banco Central americano mostre, na divulgação prevista para amanhã, uma direção mais precisa em relação as condições esperadas antes de elevar os juros.
A economista financeira-chefe para EUA na Jefferies, em Nova York, Aneta Markowska, disse à ‘Bloomberg’ que “a mudança na estrutura não entrará em jogo até que você realmente atinja a capacidade total e obtenha alguma pressão de inflação”. “É sobre como o Fed responde a isso. E, infelizmente, agora as projeções simplesmente não se estendem o suficiente para capturar isso”, completou.
Cabe destacar que as projeções somam as as concepções das autoridades do Fed em relação aos anos seguintes.
Fed não deve elevar juros mesmo com inflação acima da meta
O Banco Central dos Estados Unidos definiu, no fim de agosto, uma meta de inflação média de 2% ao longo do tempo, e, ao contrário do que fez nas últimas décadas, não deve elevar as taxas de juros para conter o aumento dos preços.
De acordo com Jerome Powell, presidente do Fed, em seu discurso no simpósio econômico de Jackson Hole, a autoridade monetária deve permitir que a inflação suba “moderadamente” acima da meta por algum tempo, após ter ficado abaixo da meta por anos a fio.
As mudanças anunciadas por Powell foram levantadas à medidas que o Fed observou que a inflação não subiu como o desejado nos últimos anos, ao passo que o país apresentava um pleno emprego antes da pandemia do novo coronavírus (Covid-19). “Isso reflete nossa visão de que um mercado de trabalho robusto pode ser sustentado sem causar um surto de inflação”, afirmou Powell.
O movimento de paralisação da tendência da elevação dos juros em momentos de alta de inflação mostra-se ser uma das medidas mais ambiciosas das definições de política monetária, implementadas pela primeira vez pelo BC estadunidense em 2012. Desde o início de 2019, o Fed abandonou o planejamento de continuar subindo os juros — estimulado pela constante preocupação dos BCs mundiais pela dificuldade em gerar crescimento econômico com as taxas de juros já muito baixas, e por vezes negativas.
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