Fed deve fazer novo corte de juros em duas semanas, diz BofA
O Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos, deverá fazer um novo corte de 0,25 ponto percentual (p.p) na taxa básica de juros norte-americana. A análise, divulgada nesta terça-feira (3), é do Bank of America (BofA).
Segundo a economista do BofA para os Estados Unidos, Michele Meyer, e o estrategista de juros do banco, Mark Cabana, o novo corte deverá ocorrer na próxima reunião do Fed, nos dias 17 e 18 de março.
Nesta terça, a instituição monetária anunciou uma redução de 0,5 p.p nos juros do país. A medida anunciada foi o primeiro corte realizado fora de reuniões do Fed desde outubro de 2008, durante a crise econômica mundial.
De acordo com Meyer e Cabana, o corte ocorreu por conta do pânico do mercado em meio ao surto de coronavírus e pela preocupação com os dados econômicos. Os analistas do banco salientaram que a economia dos EUA está entrando em “crescimento recessivo”. “Trata-se de um crescimento positivo, mas com uma subtendência de queda”, disseram.
Os analistas afirmaram ainda que o corte realizado por Jerome Powell, o presidente do Fed, “aludiu à possibilidade de outros bancos centrais tomarem medidas de acomodação, o que significa que a política monetária do Fed será ampliada com um afrouxamento global”.
Explicação do Fed sobre o novo corte de juros
Após o Fed anunciar o novo corte de juros nesta terça, Powell afirmou que o coronavírus “representa um risco material para as perspectivas econômicas”. Segundo o presidente, a mudança no balanços de riscos fez com que a autoridade monetária central dos Estados Unidos realizasse seu primeiro corte emergencial da taxa de juros desde a crise de 2008.
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“Reconhecemos que um corte na taxa não reduzirá a taxa de infecção, não consertará uma cadeia de suprimentos quebrada. Entendemos isso”, afirmou Powell.
No entanto, o presidente do Fed reiterou que: “Nossa ação proporcionará um impulso significativo à economia. Mais especificamente, apoiará condições financeiras acomodatícias e evitará um aperto nas condições financeiras que podem pesar na atividade e ajudarão a aumentar a confiança das famílias e das empresas”.