Fed nega pedido do Goldman Sachs para receber tratamento mais leve
O Federal Reserve (Fed) recusou nesta segunda-feira (10) o pedido do Goldman Sachs para receber um tratamento menos rigoroso do banco central. Os resultados do teste de estresse anual deixou o banco com o maior requerimento de capital mínimo entre seus competidores.
O Fed divulgou na segunda-feira os requisitos de capital finais para os 34 maiores bancos dos EUA. A exigência do Goldman Sachs, de 13,7%, permaneceu inalterada em relação ao valor indicado após o resultado do teste de estresse ter sido entregue ao banco em junho.
O Goldman Sachs disse em uma ligação com investidores no mês passado que o banco estava em “diálogo ativo” com o Fed sobre os resultados do teste de estresse. Uma pessoa familiarizada com essas conversas disse que o banco acredita que seus fortes resultados do segundo trimestre, que apresentam receitas abundantes do mercado de capitais, mostram que sua operação foi “anticíclica“, porque as receitas aumentaram com a volatilidade.
O setor de renda fixa do Goldman, por exemplo, registrou uma receita de US$ 4,2 bilhões (cerca de R$ 22,75 bilhões) no segundo trimestre, ante US$ 1,7 bilhão no ano anterior.
No final do segundo trimestre, a taxa de fundos próprios do Goldman, chamadas de CET1, teve uma leve alta e ficou em 13,6%. No final de 2019, ela se encontrava em 13,3%. A taxa CET1 mede a força financeira do banco. Os executivos do Goldman disseram que podem cumprir o requisito de 13,7 por cento, que entra em vigor em outubro, sem alterar sua estratégia.
Morgan Stanley, com 13,4 por cento, tinha o segundo maior requisito. Como o Goldman, tem uma grande operação de mercado de capitais, uma área onde os testes deste ano foram particularmente rigorosos.
O Goldman disse em um comunicado: “Esperamos novas discussões com o Federal Reserve à medida que eles continuam a revisão de sua metodologia para o teste de estresse”.
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Este ano é a primeira vez em que os requisitos de capital do Fed incluem um teste especial, projetado para fazer com que os bancos passem por choques severos e uma recessão profunda, similar ao pânico vivido em março com a pandemia do coronavírus (covid-19).