Uma moeda digital de banco central (CBDC, na sigla em inglês) dos Estados Unidos poderá prover a mesma estabilidade aos mercados globais que o dólar americano para transações digitais, segundo disse a membro do Conselho do Federal Reserve (Fed), Lael Brainard, durante evento que também teve a presença do dirigente do Banco Central Europeu (BCE) Fabio Panetta.
Para manter a estabilidade do dólar em uma eventual CBDC do Fed, segundo Brainard, a moeda digital deverá ser segura, de forma que proteja dados sensíveis e a privacidade de usuários, intermediada por instituições em contato direto com consumidores, amplamente transferível, evitando a fragmentação do sistema financeiro, e com mecanismos de verificação de identidade, para não enfraquecer o combate à lavagem de dinheiro e o financiamento de ações terroristas.
Se for vista como segura, a CBDC pode, inclusive, ser atraente não apenas como forma de pagamento, mas como valor de reserva, prevê a dirigente do Fed.
“Isso pode torná-la atraente a usuários avessos ao risco, talvez levando ao aumento da demanda pelo CBDC às custas de outros intermediários durante períodos de estresse”, avaliou.
CBDCs podem coexistir com stablecoins, diz o Fed
Já Panetta entende que um euro digital seria benéfico ao contribuir para a igualdade nas condições de pagamento e ao melhorar a eficiência dos sistemas financeiro e econômico.
O dirigente do BCE disse que o objetivo da CBDC europeia seria “garantir que todos tenham acesso à dinheiro público e seguro”.
Com pesquisas mais avançadas, o BCE pode começar uma fase de testes para implementar o euro digital em 2023, segundo Panetta, que destacou que os BCs “não podem ignorar a digitalização das formas de pagamento”.
Para Brainard, as CBDCs podem coexistir com stablecoins – cuja demanda têm crescido recentemente, diz – e o dinheiro comercial de bancos, complementando-se.
Outro ponto a ser avaliado é o impacto de criptoativos e como o seu crescente uso reforça o papel de uma eventual CBDC na estabilidade do sistema financeiro, afirmou a membro do Fed.
Com informações do Estadão Conteúdo
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