O Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos, manteve a taxa de juros entre 0% e 0,25%. A decisão foi tomada nesta quarta-feira (29) após a reunião do Comitê federal de mercado aberto (FOMC, na sigla em inglês).
A autoridade monetária central norte-americana tinha reduzido a taxa de juros para esse patamar no dia 15 de março, de forma emergencial. No mesmo dia o Fed tinha anunciado um pacote de estímulos (Quantitative Easing (QE)) à economia por conta do avanço do coronavírus (Covid-19) por um valor de US$ 700 bilhões (cerca de R$ 4 trilhões) para sustentar a atividade econômica dos EUA.
A decisão dos membros do FOMC, reunidos em videoconferência, foi unânime em manter as taxas de juros por volta de 0%. O Fed explicou que o coronavírus “está causando imensas dificuldades humanas e econômicas nos Estados Unidos e ao redor do mundo”.
“O Federal Reserve está comprometido em usar sua gama total de ferramentas para sustentar a economia dos Estados Unidos neste momento desafiador, promovendo as metas de máximo emprego e estabilidade de emprego”, salientou o banco central norte-americano em comunicado divulgado após a reunião do FOMC.
Segundo a instituição monetária central dos EUA, a pandemia as medidas tomadas pelos governos para tentar limitar os efeitos negativos sobre a saúde pública estão levando a uma forte crise na atividade econômica, com consequente aumento do desemprego.
Saiba mais: Fed: manutenção de empregos é fundamental para uma rápida recuperação
“A demanda mais fraca e os preços do petróleo significativamente mais baixos estão segurando em baixa a inflação ao consumidor. As perturbações na atividade econômica aqui e no exterior afetaram significativamente as condições financeiras e prejudicaram o fluxo de crédito para os lares e negócios dos EUA”, explicou o Fed na nota que acompanha a decisão.
Fed sinaliza manutenção de juros até fim da crise
Por causa dessa incerteza sobre a perspectiva de retomada econômica, o Fed salientou que espera manter os juros “até que esteja confiante de que a economia superou os eventos recentes e está a caminho de alcançar suas metas de emprego máximo e estabilidade de preços”.
EUA registram queda recorde do PIB
A decisão do Fed vem no mesmo dia em que o Departamento de Comércio norte-americano informou que o Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos teve uma queda de 4,8% no primeiro trimestre deste ano, em sua primeira leitura.
Esse é o pior resultado do PIB estadunidense desde a crise financeira mundial de 2008, em razão do forte impactos da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) na maior economia do planeta.
Saiba mais: Fed corta taxa de juros de 0,5% em reunião não programada
As projeções do PIB divulgadas nesta quarta-feira, no entanto, são preliminares e com dados incompletos, sobretudo em relação à atividade econômica de março. Economistas esperam que a divulgação oficial, que ocorrerá em meados deste ano, mostrem uma queda ainda maior da atividade econômica nos EUA. Entretanto, essa contração da atividade economia levou a manutenção das taxas de juros por parte do Fed.
Notícias Relacionadas