Fed espera aumento da pressão inflacionária; cresce o temor por recessão

O Federal Reserve (Fed) divulgou nesta quarta (13) o Livro Bege, documento elaborado pelos membros da instituição com dados de pesquisas feitas com economistas, analistas, empresários e agentes de mercado de doze distritos dos EUA. O levantamento e a análise servem como orientação para as reuniões do banco central sobre política monetária. A maioria das empresas no país contatadas espera que pressões inflacionárias sigam persistentes ao menos até o fim do ano. O risco e o temor de recessão foram mencionados no levantamento — e o receio aumentou desde a última pesquisa, em junho.

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Em todos os distritos pesquisados, foram reportados aumentos “substanciais” de preços em todos os estágios de consumo. A alta de custos em alimentos, commodities e energia em especial, combustíveis seguiu significativa, ainda que várias empresas tenham registrado desaceleração na inflação para essas categorias. Mesmo mais lento que nos meses recentes, os aumentos permaneceram “historicamente elevados”, diz o documento.

Um total de  75% dos distritos notaram moderação nos preços para insumos de construção, como madeira e aço.

O Livro Bege mostra que diversos distritos demonstraram preocupações com menor demanda futura, mesmo com o “poder de precificação” estável. Em alguns setores, como viagens e hospedagem, as companhias foram “bem sucedidas” em passar aumentos de preços consideráveis aos clientes com pouca ou nenhuma reação.

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Distritos relatam desaceleração da demanda e risco de recessão

“Vários” dos 12 distritos em que o Federal Reserve (Fed) está presente relataram desaceleração da demanda desde meados de maio, com atividade econômica apenas modesta no período, segundo relata o Livro Bege. O documento afirma que empresários em cinco distritos citaram preocupações com o “risco crescente” de que a economia americana entre em recessão.

É esperado, inclusive, que a demanda nos 12 distritos do Fed enfraqueça mais nos próximos seis a 12 meses, e por isso as perspectivas para a atividade, em geral, permaneceram negativas. O Livro Bege relata que os empresários viram os gastos de consumidores moderarem com os aumentos nos preços de itens essenciais, como alimentos e combustível.

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Entre setores, a atividade industrial teve desempenho “misto”, ainda prejudicado pela escassez de mão de obra disponível e gargalos na cadeia de suprimentos. Mais especificamente, a produção energética sofreu com esses dois fatores, embora a demanda tenha sido “robusta”, destaca. Já novas vendas de carros seguiram fracas por conta dos baixos estoques.

A demanda por moradias enfraqueceu “notavelmente”, o que aumentou os estoques do setor e moderou a alta nos preços. No setor financeiro, a demanda por empréstimos foi “mista” na maioria dos distritos, com queda entre clientes residenciais, por conta de juros de hipotecas mais altos, completa o documento do Fed.

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Fed: disponibilidade de mão de obra melhorou, mas salários seguem em alta

Quase todos os 12 distritos do Federal Reserve (Fed) notaram melhora modesta na disponibilidade de mão de obra desde meados de maio, segundo relata o Livro Bege, sumário de opiniões que embasam as decisões monetárias do Fed, divulgado nesta quarta-feira, 13. De acordo com o documento, há menor demanda por trabalhadores, especialmente nos setores industrial e de construção.

As condições gerais, no entanto, seguem de aperto do mercado de trabalho e crescimento do emprego de “modesto a moderado”, enquanto o nível salarial continua em alta, ressalta.

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Quatro distritos indicaram que os empregadores estavam considerando oferecer ou já ofereceram bônus para compensar os custos adicionais da alta inflação nos EUA, enquanto em dois distritos os próprios trabalhadores pediram aumentos, diz o Livro Bege.

Por fim, três distritos pesquisados pelo Fed esperam que o crescimento salarial permanecerá elevado nos próximos seis meses, enquanto alguns avaliaram que as pressões salariais devem diminuir ainda este ano.

(Com informações do Estadão Conteúdo)

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Redação Suno Notícias

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