Fed: Livro Bege destaca pressão inflacionária em parte do país
O forte aumento de preços foi destacado pelo dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) nesta quarta (14). A pressão inflacionária vem crescendo nos Estados Unidos desde maio. Foi o que constatou o Livro Bege, divulgado hoje. O documento, consolidado pelos membros do Fed a partir de pesquisas feitas com empresários, serve como orientação para a política monetária nos EUA.
Segundo o levantamento do Fed, sete dos 12 distritos observaram um vigoroso recrudescimento nos preços. O restante aponta uma alta “moderada”.
O relatório destaca que os preços de hospitalidade avançaram de forma mais ampla e severa nos distritos, especialmente com a reabertura de restaurantes e hotéis em meio a um cenário de escassez de mão de obra e materiais.
Escalada de preços
O setor de construção também observou uma alta nos preços, mas uma desaceleração nas cotações da madeira serrada levou alívio ao ramo.
Já os preços dos contêineres voltaram a níveis muito altos depois de terem ficado moderados em meses anteriores, segundo o documento.
Enquanto alguns contatos sentiram que as pressões de preços foram transitórias, a maioria esperava novos aumentos nos custos de insumos e nos preços de venda nos próximos meses, de acordo com o Livro Bege.
Parte relatou que a alta demanda do usuário final lhes permitiu aumentar preços enquanto outros disseram que as pressões reduziram suas margens de lucro.
Fed: economia cresce de forma moderada
A economia dos Estados Unidos cresceu de forma moderada a robusta entre o fim de maio e o começo de julho, se fortalecendo mais do que no período imediatamente anterior, afirma o Livro Bege.
De acordo com o relatório,, vários distritos reportaram efeitos positivos, com os setores de transporte, viagens, turismo, indústria e serviços não financeiros registrando avanços acima da média.
O quadro pandêmico foi um dos grandes responsáveis pelo estímulo ao turismo, segundo a publicação do Fed.
Por outro lado, também citaram impactos adversos com problemas nas cadeias de produção, incluindo escassez de materiais e trabalhadores. ]
Também foi reportada desaceleração do mercado imobiliário em vários distritos, movimento relacionado à alta de custos.
A atividade de empréstimos bancários aumentou ligeira ou modestamente na maioria dos distritos, sinaliza o documento. A perspectiva para a demanda melhorou, mas muitos empresários expressaram incerteza ou pessimismo sobre restrições de oferta.
Mão de obra e dificuldade de contratação
O Livro Bege mostrou que em vários distritos dos EUA as empresas estimam que a dificuldade de contratação de mão de obra se estenda por mais algum tempo.
De acordo com o relatório, que resume opiniões de empresas consultadas e embasa as decisões de política monetária do banco central americano, a escassez da mão de obra foi frequentemente citada como a razão para falta de contratação.
“Em três distritos, empresas afirmaram estar atrasando sua expansão ou reduzindo os serviços pela falta de pessoal”, diz o documento.
Em todos os distritos foi notado o uso de bônus para tentar atrair e reter trabalhadores.
Nos Estados Unidos, 75% dos distritos reportaram alta leve ou modesta de empregos, enquanto 25% registraram alta moderada ou forte no setor.
Segundo o Fed, os salários, por sua vez, aumentaram em ritmo moderado, em média, com maior força entre trabalhadores de baixa renda.
(Com informações do Estadão Conteúdo)